Meu caminho é apenas uma estrada.
Em que venho galgando rumos... vielas ... montanhas... rochosas... é o caminho que meus pés me levam... pés descalços... lançados nos caminhos... que atingem os descaminhos.
E assim ia.. de verso em verso de trecho em trecho... aonde nos detinhamos a apenas escutar.
Sexta série (antigo ginasial) Colégio Pan-Americano...
Lá pelos 13 anos, percebi-me... ouvinte... atenta... aprimorando escolhas!!!
Observei que muita gente fazia parte do meu mundo e entre essas pessoas se encaixava meu professor de português.
Era alguém de um carisma incrível... pele morena...magro... traços finos... cabelos lisos nos ombros, (porque era moda) e muitos rapazes adotavam esse look, o que pra nós era absolutamente um charme!... ainda estudante de Letras na UFRJ, nosso sonho de consumo de quem pretendia continuar os estudos até o máximo que pudessemos chegar!!!.
Esse professor chamava-se Ademir. Declamava sonetos, conhecia tudo sobre rimas e prosas... frequentava os meios literários , museus, teatros e nunca andava sem seu jornal debaixo do braço.
Falava de Drumond como se fora íntimo e amigo próximo...gostava de ouvir Baden Power, Hermeto Pasqual, Vinicius de Moraes, Tom Jobim entre outros, e com isso fez-nos apreciar a arte, a música e os bons livros. Seus conselhos são lembrados pela vida a fora.
Dizia-nos que a maior felicidade que poderíamos proporcionar a nossa família, era a dedicação aos estudos, e curtiu muito quando cheguei perto dele e mostrei-lhe uma medalha que conquistara num torneio de xadrez, propagou a notícia pela escola toda e colocou no jornalzinho que montou na escola e no qual os alunos eram os repórteres, fazendo entrevista com pessoas que tinham histórias interessantes, ou fossem pessoas públicas.
E assim vez por outra corriamos atrás de notícias e entrevistavamos gente daqui e dali- médicos, advogados, dentistas.
No jornalzinho havia uma coluna sobre orientação vocacional, e não podíamos deixar o jornal sem notícias! O que nos levava a querer ser repórter. E ir a repartições públicas, hospitais, delegacias, salas de outros professores, em busca de informações... além de letras de músicas estrangeiras e MPB.
As aulas do Ademir eram disputadas, e vez por outra tiveramos que assistir aula sentadas duas em uma cadeira, porque apareciam alunos de outras séries para aprender português, e ouvi-lo declamando principalmente Drumond seu favorito.
Acho que sabia de cor todos seus versos.. Declamava - nos Cecília Meirelles, Eça de Queiroz... Fernando Pessoa ... e outros com a mesma desenvoltura de quem abrira um jornal de domingo...
A adolescência talvez seja a fase mais saborosa de nossas vidas. Andavamos em bandos- Eu, Rita, Olga, Mary Lucia, Artur, Sérgio e Sandra, Clarice, Geiza, Guilhermina , e um grupo grande de jovens , que sonhavam, para elas o mundo seria cor de rosa, ou azul, verde, lilás, teria enfim todas as cores de um arco-iris.
Rita - O que você acha das aulas de português ... Perguntei-lhe certa vez.
E a resposta - Não acho nada!
Como assim , não achar nada da melhor aula do Colégio. OPS... Estranho isso.
Rita prontamente continuava - Só acho o professor belo e maravilhoso...
Quanto a aula o que ele falar na frente eu escuto.
E, assim aumentava o número das fãs daquele cara!!!
Mary Lucia, Sandra, Rita, Olga, Geiza e sabe-se quem lá mais, estava nas aulas não apenas para estudar , mas também para ver o belo-feio, que era assim como era chamado.
A idade ajudava os voos, quando se é adolescente se pratica voo livre e devaneia-se junto!
Achavamos que a vida seria um Weekend, festinhas... jogos estudantis... praia... estudos ... namoros... e quem sabe um dia achariamos aquele que encheria nossos corações de felicidade!
Como era bom acreditar em tantas coisas, que teríamos uma profissão deslumbrante...jornalista... juíza... empresária e qualquer outra profissão que nos ajudaria a galgar um lugar melhor no mundo!!!
Afinal querer é Poder, dizia a mama!!! Para ela foi. Ishaláh... para mim talvez sim, outras horas talvez não.
Agora não possuia mais minha fiel escudeira, que falta aquela figurinha me fazia!!!
A falta de alguém, deixa uma lacuna, quase irreparável!! É como se aquela pessoa nunca mais fosse retornar para o nosso aconchego e aninho.
Tinha que trabalhar as perdas, fazer uso da fé...e receber de volta a esperança... o amor não retribuído.
E jogar o jogo de que se tem disponível... andar com as próprias pernas!
Era hora de viver e aprender a jogar... aprender a crescer ... aprender a conhecer uns aos outros, e acima de tudo aprender a ser gente!
Araruama - Um lugar aconchegante e feito para os sonhos! Os sonhos nossos de cada dia
Uma terra que guarda a luz do Infinito, como se fosse distribuí-la em pedacinhos, para não nos queimar.
Postado por baruchess@gmail.com
O Rio está em evidência- E haja rook - Rook in Rio!!!
O jogo de xadrez traz curiosidades e divertimento,mas e a vida? Ela é da cor do café... da cor que a pintarmos... Não a dominamos, posto que ela não é um animal feroz. Feita de passagens, ora boas, ora nem tanto. Mas devemos observá-la!pois ela flui... às vezes calma, às vezes agitada... flui como um rio... que em sua aparente mansidão, reserva por baixo a força de suas águas... e seu ventre... de sua natureza (desconhecida) ainda pelo homem! A vida é bela!!!
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Alicinhaaaa, você é uma gracinhaaaa!
ResponderExcluirBesos, besos....te extraño!
No extranhes o que te pareça enigma!!!
ResponderExcluirOs enigmas são para serem decifrados nunca compreendidos!!!
Era simplesmente uma época de suenos.. e um sueno a más non faz malo!
besos .. Volte sempre!!!
Hummmm......e olha que Ela passou em español no mestrado.....como?
ResponderExcluirBesos, TE EXTRAÑO!!