Às vezes tenho a impressão de que escrevo por simples curiosidade intensa. É que, ao escrever, eu me dou as mais inesperadas surpresas.
É na hora de escrever que muitas vezes fico consciente de coisas, das quais, sendo inconsciente, eu antes não sabia que sabia.
(Clarice Lispector)
O ato de ler nos leva a viagens fascinantes... é imensurável os seus benefícios, e creio, deva ter sido o maior legado que nos foi dado saber ler... ter sido criada a escrita e todas as coisas que vieram a pártir daí!
Hoje encontrei esse texto no face, e me encantei com o mesmo...
O Perdão
Elisabeth Cavalcante ::
Perdoar é uma das atitudes mais difíceis para a maioria dos seres humanos.
Geralmente quando alguém nos impõe alguma ofensa, traição, decepção ou mágoa, tendemos a passar muito tempo remoendo estes sentimentos e revivendo o momento em que eles nos foram causados.Isto ocorre por duas razões principais: a primeira delas é que vivemos o tempo todo sob o domínio do ego e é ele quem nos faz cultivar sentimentos como a rejeição, o amor-próprio ferido, a baixa auto-estima que, geralmente, trazem como resultado outras tantas emoções negativas como a raiva, o desejo de vingança, o orgulho.A segunda razão que torna difícil o perdão é uma conseqüência da primeira.
Ou seja, passamos a viver no passado, lembrando o tempo todo da atitude negativa do outro e culpando-o por nossos problemas e infelicidades.
Existem situações em que o exercer o perdão é de fato um grande desafio, pois a gravidade da ofensa e do sofrimento que nos impingiram é muito grande.
Porém, uma atitude mental que facilita o exercício do perdão é pensarmos que os seres humanos são espíritos em evolução e que, portanto, aquele que nos magoou o fez por não ter ainda a consciência da responsabilidade espiritual de cada atitude que tomamos, e por estar sob o domínio total do eu inferior, o lado obscuro que habita em todos nós.
Perdoar é uma atitude altamente saudável e libertadora, acima de tudo para nós mesmos.Ao fazê-lo, sentimos uma enorme sensação de alívio, como se nos livrássemos de um grande peso. E, ao mesmo tempo, rompemos a amarra que nos mantém presos ao passado e àquele que nos magoou.
Muitas pessoas acabam se curando de doenças físicas graças a esse processo já que algumas doenças físicas estão diretamente relacionadas com a raiva e o ressentimento.
Praticar o perdão é também um excelente exercício de humildade, pois para fazê-lo, é necessário transcender o ego, que todo o tempo tenta nos convencer de que perdoar é um ato de fraqueza, uma atitude de quem não possui amor-próprio.Por mais estranho que pareça, é exatamente o contrário. Perdoar é um ato de grandeza, direcionado pelo que há de melhor em nós. É nossa sabedoria interior, a porção divina que habita em cada ser humano que nos ajuda a vencer a resistência ao perdão. Mas, para isso, é preciso que nos conectemos com essa energia e deixemos que ela seja o nosso guia.
Mesmo que seja difícil perdoar alguém pessoalmente podemos fazer um exercício de meditação, visualizando a pessoa e mantendo com ela um diálogo imaginário, onde expressamos nosso perdão.
Este exercício será muito benéfico para que limpemos nosso coração da mágoa acumulada e, ao mesmo tempo, libertemos a pessoa em questão, uma vez que ao cultivarmos a mágoa, a mantemos energeticamente presa a nós pela força do pensamento.
Ao realizar esse processo pela primeira vez, é natural que não experimentemos uma sensação de alívio nem de libertação, dependendo do grau de importância que a pessoa tem para nós. A princípio pode ser necessário extravasar nossa mágoa e nossa raiva através do choro ou até mesmo esmurrando um travesseiro ou almofada.O importante é liberar as emoções negativas acumuladas, deixá-las partir e desligar-se de nós em definitivo.
Mesmo que seja difícil perdoar alguém pessoalmente podemos fazer um exercício de meditação, visualizando a pessoa e mantendo com ela um diálogo imaginário, onde expressamos nosso perdão.
Este exercício será muito benéfico para que limpemos nosso coração da mágoa acumulada e, ao mesmo tempo, libertemos a pessoa em questão, uma vez que ao cultivarmos a mágoa, a mantemos energeticamente presa a nós pela força do pensamento.
Ao realizar esse processo pela primeira vez, é natural que não experimentemos uma sensação de alívio nem de libertação, dependendo do grau de importância que a pessoa tem para nós. A princípio pode ser necessário extravasar nossa mágoa e nossa raiva através do choro ou até mesmo esmurrando um travesseiro ou almofada.O importante é liberar as emoções negativas acumuladas, deixá-las partir e desligar-se de nós em definitivo.
Outro ponto essencial é não forçar nada antes que o sentimento de aceitação do perdão seja realmente verdadeiro em nós. Podemos continuar repetindo o processo periodicamente até que o problema seja solucionado em definitivo e nossas mágoas sejam transmutadas em paz e felicidade.
Referência:
Clarice Lispector
Clarice Lispector (Chechelnyk, 10 de dezembro de 1920 — Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 1977) foi uma escritora e jornalista nascida na Ucrânia e naturalizadabrasileira. Quanto à sua brasilidade, Clarice declarava-se pernambucana.
Nascida Haia Pinkhasovna Lispector (em russo: Хая Пинхасовна Лиспектор) numa família judaica, Clarice foi a terceira filha de Pinkhas Lispector e de Mania Krimgold Lispector. Nasceu na cidade de Chechelnyk enquanto seus pais percorriam várias aldeias da Ucrânia fugindo da perseguição aos judeus durante aGuerra Civil Russa de 1918-1921.
Chegou ao Brasil quando tinha um ano e dois meses de idade1 , e sempre que questionada de sua nacionalidade, Clarice afirmava não ter nenhuma ligação com a Ucrânia: "Naquela terra eu literalmente nunca pisei: fui carregada de colo" - e que sua verdadeira pátria era o Brasil.2
A família chegou a Maceió em março de 1922, sendo recebida por Zaina, irmã de Mania, e seu marido e primo José Rabin. Por iniciativa de seu pai todos mudaram de nome, exceto Tânia, sua irmã.
O pai passou a se chamar Pedro; Mania, Marieta; Leia, sua irmã, Elisa; e Haia, por fim, Clarice. Pedro passou a trabalhar com Rabin, já um próspero comerciante.1 Com dificuldades de relacionamento com Rabin e sua família, Pedro decide mudar-se para o Recife, centro urbano mais importante do Região Nordeste.
Clarice Lispector começou a escrever logo que aprendeu a ler, na cidade de Recife, onde passou parte da infância no bairro de Boa Vista. Estudou no Ginásio Pernambucano de 1932 a 1934. Falava vários idiomas, entre eles o francês e oinglês. Cresceu ouvindo no âmbito domiciliar o idioma materno, o iídiche.
Sua mãe morreu em 21 de setembro de 1930 (Clarice tinha apenas nove anos), após vários anos sofrendo com as consequências da Sífilis, supostamente contraída por conta de um estupro sofrido durante a Guerra Civil Russa, enquanto a família ainda estava na Ucrânia. Clarice sofreu com a morte da mãe, e muitos de seus textos refletem a culpa que a autora sentia e figuras de milagres que salvariam sua mãe.2
Quando tinha quinze anos seu pai decidiu se mudar para a cidade do Rio de Janeiro. Sua irmã Elisa conseguiu um emprego no ministério, por intervenção do então ministro Agamenon Magalhães, enquanto seu pai teve dificuldades em achar uma oportunidade na capital. Clarice estudou em uma escola primária na Tijuca, até ir para o curso preparatório para a Faculdade de Direito.
Foi aceita para a Escola de Direito na então Universidade do Brasil em 1939. Se viu frustrada com muitas das teorias ensinadas no curso, e descobriu um escape: a literatura. Em 25 de maio de 1940, com apenas 19 anos, publicou seu primeiro conto "Triunfo" na RevistaPan, de propriedade do editor José Scortecci.
Três anos depois, após uma cirurgia simples para a retirada de sua vesícula biliar, seu pai Pedro morre de complicações do procedimento. As filhas ficam arrasadas com as circunstâncias da morte tão inesperada, e como consequência Clarice se afasta da religião judaica.
No mesmo ano, Clarice chama a atenção (provavelmente com o conto "Eu e Jimmy") de Lourival Fontes, então chefe do Departamento de Imprensa e Propaganda (órgão responsável pela censura no Estado Novo de Getúlio Vargas), e é alocada para trabalhar na Agência Nacional, responsável por distribuir notícias aos jornais e emissoras de rádio da época. Lá conheceu o escritor Lúcio Cardoso, por quem se apaixonou (não correspondido, já que Lúcio era homossexual) e de quem se tornou amiga íntima2 .
Em 1943, no mesmo ano de sua formatura, casou-se com o colega de turma Maury Gurgel Valente, futuro pai de seus dois filhos. Maury foi aprovado no concurso de admissão na carreira diplomática, e passou a fazer parte do quadro do Ministério das Relações Exteriores.
Em sua primeira viagem como esposa de diplomata, Clarice morou na Itália onde serviu durante a Segunda Guerra Mundial como assistente voluntária junto ao corpo de enfermagem da Força Expedicionária Brasileira. Também morou em países como Inglaterra, Estados Unidos e Suíça, países para onde Maury foi escalado. Apesar disso, sempre falou em suas cartas a amigos e irmãs como sentia falta do Brasil.
Em 10 de agosto de 1948, nasce em Berna, Suíça o seu primeiro filho, Pedro.3 . Quando criança Pedro se destacava por sua facilidade de aprendizado, porém na adolescência sua falta de atenção e agitação foram diagnosticados como esquizofrenia. Clarice se sentia de certa forma culpada pela doença do filho, e teve dificuldades para lidar com a situação.2
Em 10 de fevereiro de 1953, nasce Paulo, o segundo filho de Clarice e Maury, em Washington, D.C., nos Estados Unidos.3
Em 1959 se separou do marido que ficou na Europa e voltou permanentemente ao Rio de Janeiro com seus filhos, morando no Leme.2 No mesmo ano assina a coluna "Correio feminino - Feira de Utilidades", no jornal carioca Correio da Manhã, sob o pseudônimo de Helen Palmer.
No ano seguinte, assume a coluna "Só para mulheres", do Diário da Noite, como ghost-writer da atrizIlka Soares.
Provoca um incêndio ao dormir com um cigarro acesso em 14 de setembro de 1966, seu quarto fica destruído e a escritora é hospitalizada entre a vida e a morte por três dias.
Sua mão direita é quase amputada devido aos ferimentos, e depois de passado o risco de morte, ainda fica hospitalizada por dois meses.3
Fez uma pequena apresentação na conferência, e falou do seu conto "O ovo e a Galinha", que depois de traduzido para o espanhol fez sucesso entre os participantes. Ao voltar ao Brasil, a viagem de Clarice ganhou ares mitológico, com jornalistas descrevendo (falsas) aparições da autora vestida de preto e coberta de amuletos.
Porém, a imagem se formou, dando a Clarice o título de "a grande bruxa da literatura brasileira". Seu próprio amigo Otto Lara Resende disse sobre a obra de Lispector: "não se trata de literatura, mas de bruxaria."2
Foi hospitalizada pouco tempo depois da publicação do romance A Hora da Estrela com câncer inoperável no ovário, diagnóstico desconhecido por ela.
Faleceu em 9 de dezembro de 1977, um dia antes de seu 57° aniversário. Foi enterrada no Cemitério Israelita do Caju, no Rio de Janeiro, em 11 de dezembro. Até a manhã de seu falecimento, mesmo sob sedativos, Clarice ainda ditava frases para sua amiga Olga Borelli.2
Durante toda sua vida Clarice teve diversos amigos de destaque como Fernando Sabino, Lúcio Cardoso, Rubem Braga, San Tiago Dantas e Samuel Wainer, entre diversos outros literários e personalidades.
Referências:
Belo post sobre Clarice Linpector.
ResponderExcluirTaí uma coisa difícil. Perdoar é sem dúvida o ato mais complicado para se realizar.
Quando Deus perdoa, Ele "zera", borra completamente aquela mancha.
Nós, seres humanos, temos uma dificuldade imensa de "zerar".
Como seria bom passar uma borracha naquilo que queremos. Às vezes dizemos que algo está perdoado, mas, a qualquer momento, parece que tudo vem à tona.
Por que temos tanta dificuldade em perdoar verdadeiramente?
Deixo a pergunta, minha amiga.
Abraços, José Maria Cavalcanti
Por que temos tanta dificuldade em perdoar verdadeiramente?
ResponderExcluirEis uma questão ainda não muito simples para nós... reles mortais.
De fato conceber o perdão, talvez seja o maior desafio da humanidade , dos seres vivos.
Porque aos mortos, creio que na hora derradeira quando chega o fim; ele perdoa a tudo, (!?) perdoa também penso eu, porque o perdão é indolor, é silencioso, é como respirar (é grátis) , mas quando ato de respirar nos falta: morremos.
Não perdoamos pura e simplesmente com a facilidade com que assistimos à uma peça de teatro, porque esse ato exige reflexão!
Exige gentileza, para com o outro ser. Esse ato (o tal do perdão), exige desprendimento e nobreza.
É um dom. Jesus Cristo - o mais humilde dos homens provou isso , preso na cruz. Resignado, absorto e belo. Ele rendeu-se aos homens, numa luta espiritual, maior do que a luta da vida. E, naquele momento, e em algumas outras passagens, Ele ensinou-os a perdoar - verdadeiramente!!!
Mas as inúmeras encarnações apagam os ensinamentos. Ai temos que passar por várias situações, para aprendermos, ou melhor relembrar-nos, de que o perdão é um ato simples, e que deve ser praticado constantemente.
Mas como já disse : Somos reles mortais.
E, só entenderemos isso, quando for chegado o minuto final - o momento de nos desprendermos das coisas vis, dos abstratos sentimentos amargos... do derradeiro sentimento, o qual não podemos deixá-lo que nos acompanhe!!
Ai sim: Perdoamos! de fato e de direito!! Shallom, Javé, Adonai, Baruch Ashem!!
P.S: Satisfeito com a resposta!? pode contestar, se for preciso... bye...
"Ensinarás a voar ...
ResponderExcluirMas não voarão o teu voo.
Ensinarás a sonhar ...
Mas não sonharão o teu sonho.
Ensinarás a viver...
Mas não viverão a tua vida.
Ensinarás a cantar ...
Mas não cantarão a tua canção.
Ensinarás a pensar...
Mas não pensarão como tu.
Porém, saberás que cada vez que voem, sonhem, vivam, cantem e pensem...
Estará a semente do caminho ensinado e aprendido !"
Madre Teresa de Calcutá —