Quando era criança tive uma égua.... mansa... uma jaguatirica... um macaquinho...uma cadela que amamentava os gatos da gata preguiça!! vários gatos... um tatu que ia no nosso quintal comer aboboras... e vários passarinhos que soltava-os sempre que chegavam lá em casa aprisionados por algum desumano...
Kikikiki..
Além do miquinho de nome Demetrius!
E todos sem exceção tinham muito valor para mim...
Com a égua, eu dava longos passeios no próprio quintal de casa.... até por que o quintal para mim que era uma menininha - era um mundo...
A jaguatirica - tinha que ficar na corrente, por que senão fugiria, e, com certeza devoraria as galinhas do meu tio Miguel... ou a nós mesmos caso crescesse como nas novelas - aliás novela por ali, eram escutadas.. pois televisão era coisas pros ricos....e eu só assistia quando ia na casa do dono da farmácia que era meu padrinho (rico) Miroca!!
E o macaquinho - ele servia para fazer-nos dar risadas, e roubava as bananas do alheio - vinha carregando um cacho (pequeno) que era o que suportava nas costas minúsculas!!
A cadela - era uma pastora, que não dava cria e, que (pensava eu) por isso, amamentava os gatos da Bichana. Que era uma gata (vaidosa) pois, tinha os filhotes e, por desleixo ou manha ou para não cair os seios, ou mera preguiça, nunca amamentou seus rebentos!!! deixando que a outra fizesse essa tarefa por ela.
Só uma coisa eu nunca entendera: Porque a cadela (que nunca parira), conseguia amamentar ... os filhos da outra?
Vários gatos no quintal (todos com nome e sobrenome)... que era pra acabar com as ratazanas que viviam nos brejos... e por serem maiores do que muitos gatos.causavam pânico a todos nós! Logo, assim precisavamos de um batalhão deles!!!
Um tatu-peba - que ninguém criava - ele se criava sózinho... mas que também ninguém o expulsava, a bem da verdade quase não o víamos, mas sabíamos que existia, por que suas escavações eram o que proporcionava muitos tombos , quando no escuro da noite tínhamos que ir até o banheiro...
Outra coisa também que nunca entendera: por que motivos era esse comodo tão longe da casa?... seria por causa do cheiro?!?
Só sei que de noite ninguém se atrevia a ir no quintal... e atravessar o pátio interno, pra chegar ao banheiro... visto que os morcegos não nos permitiriam.
Os passarinhos também não tinham donos, vez ou outra um menino ia lá em casa pedir, que deixassem-no armar uma arapuca, pra pegar passarinho e, vender na feira.
Nessa época não ouvira falar de Ibama ou qualquer outro órgão de cunho ambientalista, mas assim que o moleque saía, eu ia lá pessoalmente e abaixava o alçapão!
O que sempre causava comoção ao garoto quando voltava e via que não fisgou nada!
E, assim como já frisei: Tudo o que nós menino(a)s tinhamos - era de um valor incalculável... não até pelo preço no mercado, mas pelo valor figurado: Era o melhor de todo o mundo!!!
Além dos morcegos que moravam no sótão lá de casa... que dormiam durante o dia, e durante a noite saíam em bandos, a adentrar nos corredores, a vir e ir... por cima de nossas cabeças...e, que me lembre nunca nenhum topou com a testa de alguém, sabiam dar voos rasantes e veloz, como nenhum outro voador!!
Ohhh bendita e feliz infância!! como eramos felizes....
Não tínhamos dinheiro, nem roupas caras, mas a felicidade era nossa melhor companheira! e, ainda haviam as melhores brincadeiras de toda a América! ou melhor de todo o mundo...
P.S: Um dia por determinação de superiores, tivemos que mandar embora a jaguatirica, ela iria morar do outro lado da margem do Rio São francisco...
Tive que dar adeus a felina, soluçando e querendo que fosse mentira esse dia!
bjoss ...
A recordação é o perfume da alma. É a parte mais delicada e mais suave do coração, que se desprende para abraçar outro coração e segui-lo por toda a parte.
ResponderExcluirGeorge Sand