sábado, 26 de janeiro de 2013

Busca-te. A Alquimia da prece... Darwin diante da morte.






 A ALQUIMIA DA PRECE

Na Maçonaria, o sentido do divino exprime-se principalmente pela seriedade com que o Maçom segue e observa os ritos, cerimônias sacralizadoras, etc. Mas também, fora de sua loja, por sua própria atividade espiritual.

Quer vivencie ele uma religião exotérica de sua escolha: judaísmo, cristianismo. islamismo, etc.. quer se limite a uma simples filosofia religiosa extraída de suas leituras, em suma, quer seja banalmente deísta, ele nunca poderá furtar-se duma inevitável prática, se quiser realmente permanecer em determinado plano. E essa prática, exprime-a uma palavra extremamente banalizada: "prece", cujo equivalente latino, precarius. significa igualmente "obter".
Ora, a prece, como o sentido do sagrado que ela exprime, é, por todas as evidências, um fenômeno espiritual. E, conforme observou judiciosamente o doutor Carrel, num pequeno opúsculo sobre o assunto, o mando espiritual encontra-se fora do alcance de nossas técnicas experimentais modernas, Como, pois, adquirir um conhecimento positivo da prece? O domínio científico compreende, felizmente, a totalidade do observável. E esse domínio pode, por intermédio da fisiologia, estender-se às manifestações do espiritual. E pois, pela observação sistemática do homo oratoris que aprendemos em que consiste o fenômeno da prece, a técnica de sua produção e de seus efeitos.

A prece, em verdade, representa o esforço do homem para se comunicar com toda entidade incorpórea ou metafísica (Idéias Eternas de Platão), ancestrais, guias, santos, deuses, etc., e, principalmente, com a Causa Primeira, ponto culminante da pirâmide precedente. Longe de consistir numa monótona e vã recitação de fórmulas, a verdadeira prece representa um estado místico para o homem, um estado onde a consciência dele aborda o Absoluto. Bem por isso, esse estado permanece inacessível tanto quanto incompreensível ao filósofo racionalista e ao sábio comum. Para orar, é preciso fazer o esforço de se dirigir à Divindade. "Pensa em Deus com mais freqüência do que respiras...", nos diz Epíteto. E brevíssimas, porém muito freqüentes invocações mentais podem manter o homem na presença desse Absoluto.


Aliás, essa é outra das funções da prece, sua função construtiva, que atua em "regiões espirituais" que permanecem desconhecidas ou inexploradas. "Ora et labora", "Ora e trabalha", reza a antiga divisa hermética. Ao que anui o adágio popular: "Trabalhar é rezar. Vamos concluir que talvez, também na mesma ordem de idéias, orar equivalha a trabalhar, ou seja, obrar. Pois que nos diz São Paulo: "A fé é a substância das coisas esperadas..." (Epístola aos Hebreus, Xl, I).


Tudo depende daquilo que se entende por essa palavra. Talvez o homem que reza, o orante, construa para si, num outro mundo, essa forma gloriosa, esse "corpo de luz" de que falam os maniqueus, e que é sua Jerusalém celestial, sua própria cidade celestial, nascida de seu templo interior que foi o berço, o protótipo inicial. Permutam-se influxos celestiais originais, por uma espécie de reversibilidade, de projeção da obra terrestre no plano celestial.
A partir daí, pode-se admitir que o homem que não ora, não teça sua própria imortalidade; ele se priva, assim, dum precioso tesouro. Nesse caso, cada um de nós encontrará, além da morte corporal, aquilo que ele tiver, em sua vida física, esperado encontrar lá. O ateu dirige-se para o nada que desejou, e o crente, para uma outra vida.

Psicologicamente, o sentido do divino parece ser um impulso proveniente do mais profundo da natureza humana, uma atividade fundamental, que se constata bem claramente entre os primitivos, muito mais que entre os civilizados.

E suas variações estão ligadas a diversas outras atividades fundamentais: senso moral, senso estético, vontade pessoal, notadamente.
O inverso é igualmente verdadeiro. E, como observou o doutor Carrel, a história mostra que a perda do senso moral e do sagrado, na maioria dos elementos constitutivos duma nação, acarreta-lhe a desgraça e sua escravização rápida aos povos vizinhos que hajam conservado aquilo que a nação escravizada muitas vezes perdeu por culpa sua. 
Grécia e Roma são tristes exemplos. Os franceses do período que vai de 1924 a 1939 haviam sido literalmente "desvirilizados" (com exceção duma minoria que constitui a Resistência e a França livre), por uma propaganda incessante em prol da objeção de consciência, do desarmamento unilateral e do pacifismo a qualquer preço. Conhecemos o resultado: trinta e oito milhões de mortos.

Por outro lado, devemos ter igualmente presente que o sentido do divino, quando levado ao estágio da intolerância e do fanatismo, leva aos mesmos e tristes resultados, por caminhos simplesmente inversos.

Nossa existência própria está ligada a uma relação regular com o universo contingente. Seria desarrazoado supor-nos igualmente mergulhados num "universo espiritual", pelo próprio fato de nossa consciência - esta sim - ter acesso a dois diferentes universos (universos esses entre os quais não nos podemos mover à vontade, assim como nosso corpo de carne não pode ausentar-se do universo material do qual retira os elementos necessários à sua conservação: oxigênio, azoto, hidrogênio, carbono, os quais ele aure através das funções nutritivas e respiratórias)?
 


Esse universo espiritual, em que nossa consciência encontraria os mesmos princípios de sua conservação e de sua evolução post-mortem, seria lícito supô-lo o Ser Imanente, a Causa Primeira, que as religiões comuns denominam Deus? Em caso afirmativo, a prece poderia então ser considerada como o agente das relações naturais entre nossa consciência e seu meio próprio, tal como a respiração e a nutrição o são para o corpo físico.O grande psicanalista Jung afirmou: "Muitas neuroses decorrem do fato de muitas pessoas insistirem em permanecer cegas quanto a suas próprias aspirações religiosas. por uma paixão infantil pelas luzes da razão. E que existe uma verdadeira alquimia espiritual.O primeiro a abordá-la foi Thomas Weilley, em 1688, ao traduzir um texto grego até então em mãos de Henri Kunrath, autor de La Clé mystérieuse de La Sagesse éternelle chrétienne et kabbalistique, divine et magique (1609), do Véritable traité de l'Athanor philosophique (1783), antecedidos ambos, em 1609, pelo famoso Amphithéâtre christiano-kabbalisti que de L'Éternelle Sapience. Esse texto grego, manuscrito, já era uma cópia de um tratado redigido por Raymond Lulle, parte integrante, em manuscrito, do célebre Testamentum Raymundi Lulli, philosophi doctissimi, tendo este sido, lembremo-nos, mártir e iluminado.Louis-Claude de Saint-Martin, por outros caminhos, analisou em detalhes algumas dessas práticas, tendo-as transmitido àqueles que considerava seus Íntimos , um pequeno grupo de maçons de Estrasburgo, após abandonar a via operativa de seu primeiro mestre, Martinez de Pasqually, e a Maçonaria escocesa retificada de seu irmão eleito cohen Jean-Baptiste Willermoz, em Lyon.Pois, tal como existe uma técnica da alquimia material, existe uma técnica da alquimia espiritual. 

Essa existência bastante real de um processo para se chegar à iluminação interior tradicional, ensinavam-na todos os antigos mestres de outrora. E uma verdadeira técnica, não uma banal sensibilidade; é uma mística sábia, não uma mística estática. E nada tem a ver com as elucubrações das seitas atuais, fundadas por mitômanos, megalômanos, impostores conscientes ou inconscientes. E um caminho individual, solitário, sem filiação a qualquer grupo, o que seguramente é uma garantia. No mais, é acessível a qualquer um, seja qual for sua religião original.Pode-se afirmar que se trata do verdadeiro martinismo de Saint-Martin", que o reservou a alguns discípulos seguros. Nada tem a ver com o martinézisme, nem com o martinismo de Papus, e muito menos com o filipismo que veio depois dele, em 1952! Nesse último aspecto, reside toda a diferença entre a teologia de um beneditino e a cadeireira de aldeia.
Esse caminho nada mais é que o aspecto superior daquilo que apresentamos na Scala philosophorum, ou a simbologia maçônica das Ferramentas; obra adaptada à mentalidade racional dos maçons de nossa época.

[autor Robert Ambelain]
(Texto retirado do seu Livro - A FRANCO-MAÇONARIA - Editora Gnose. ) * o título foi alterado para se adaptar melhor ao fragmento retirado do capítulo de título original: A FRANCO-MAÇONARIA E O ESPIRITUALISMO.)
by Paulo Ursaia.'.








Darwin diante da morte

  
A postura de cada um na iminência da morte pode esclarecer suas motivações e escolhas durante a vida. Em geral, quanto mais maturidade se tem, mais condições de avaliar tais escolhas. [...] Como estamos no ano de Darwin [2009], 150 anos de sua obra A Origem das Espécies e 200 anos de seu nascimento, que se inclua na lembrança desse ícone da ciência contemporânea suas tão importantes palavras no leito de morte. Elas podem indicar onde estão as chaves que abrem as portas do cativeiro do pensamento humano. Medite e avalie por si mesmo.
A visita de Lady Hope a Charles Darwin. Os estudantes da teoria da evolução podem se surpreender ao saber que, no fim de sua vida, Charles Darwin retornou à sua fé na Bíblia. O relato a seguir foi feito por Lady Hope, de Northfield, Inglaterra, uma maravilhosa mulher cristã que esteve muitas vezes ao lado de sua cama nos seus dias finais.
“Foi numa dessas gloriosas tardes de outono que às vezes temos na Inglaterra que fui chamada para entrar e sentar-me com Charles Darwin. Sempre que eu o via, com sua presença elegante, eu imaginava que dele se podia pintar um quadro formidável para nossa Academia Real, mas nunca pensei tanto nisso como nessa ocasião em particular.
Ele estava sentado na cama, apoiado em travesseiros, olhando fixamente para uma cena distante no bosque e nos campos de milho que reluziam à luz de um maravilhoso pôr do sol.
“Seu semblante iluminou-se de prazer quando entrei no quarto. Ele acenou em direção à janela, apontando para a bela cena do poente. Em sua outra mão ele segurava uma Bíblia aberta, a qual ele sempre estava estudando.
“‘O que você está lendo agora?’, perguntei.
“‘Hebreus’, ele respondeu. ‘O Livro Real, como eu o chamo.’ Então, à medida que colocava seus dedos sobre certas passagens, ele comentava sobre elas.
“Fiz algumas alusões às fortes opiniões expressas por muitos sobre a história da criação, e sobre os julgamentos que faziam a respeito dos primeiros capítulos de Gênesis. Ele pareceu angustiado, crispando seus dedos nervosamente, e um ar de agonia tomou conta do seu rosto ao dizer: ‘Eu era um jovem com ideias informes. Soltava perguntas, sugestões, indagando o tempo todo sobre tudo. Para meu espanto, as ideias se alastraram como fogo. As pessoas fizeram delas uma religião.’
“Ele ficou em silêncio por um tempo e depois de dizer algumas frases sobre a santidade de Deus e a ‘grandeza deste Livro’, olhando com carinho para a Bíblia que estava segurando o tempo todo, ele disse: ‘Tenho um quiosque no jardim que comporta cerca de trinta pessoas. É ali (ele apontou através da janela aberta). Gostaria muito que você falasse lá. Sei que você lê a Bíblia nas aldeias. Amanhã à tarde gostaria que os empregados neste lugar e alguns inquilinos e vizinhos se reunissem ali. Você lhes falaria?’
“‘Sobre que devo falar?’, perguntei.
“‘Cristo Jesus’, ele respondeu num tom claro e enfático – e acrescentou num tom mais baixo: ‘e Sua salvação. Não é o melhor tema? Depois quero que você cante alguns hinos com eles. Você pode acompanhá-los com seu pequeno instrumento, não pode?’
“O brilho do seu rosto, quando ele disse isso, eu nunca esquecerei, pois acrescentou: ‘Se você fizer a reunião às três horas, esta janela estará aberta, e você saberá que estou cantando junto com vocês.’”
Haveria uma cena mais dramática? O âmago da tragédia nos é exposto aqui! Darwin, um entusiasta da Bíblia, falando sobre a “grandeza deste Livro”, e sendo lembrado de que o movimento evolucionista moderno na teologia, unido ao criticismo cético, destruiu a fé bíblica de multidões. Darwin, com um ar aflito, lamentando-se por tudo e declarando: “Eu era um jovem com ideias informes.” Que condenação avassaladora! As “ideias informes” do jovem Darwin são a base da teologia (e da ciência) moderna!
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(Oswald Smith, Litt. D., artigo extraído de Prayer Crusade, publicada por The Little Church by the Sea, mc. Citado no livro: O Que Eles Disseram a um Passo da Eternidade, John Myers, p. 244, Worship Produções, D’Sena Editora)



Referências.

Copilado do blog:

http://zelmar.blogspot.com.br/2013/01/a-postura-de-cada-um-na-iminencia-da.html

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8 comentários:

  1. Creio que poucos sabem sobre os últimos instantes de vida de Darwin.
    Que ele era um amante da Bíblia e que adorava ler Hebreus.
    Convicção ou arrependimento? Eis a questão!
    Fato é que, assim como Einstein, que era judeu, muitos cientistas são criacionistas.
    Dizer que o homem veio do macaco é uma infantilidade e um insulto ao intelecto que Deus concedeu ao homem.
    Abraços, minha amiga!
    José Maria Cavalcanti
    www.bollog.com.br

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  2. Que condenação avassaladora! As “ideias informes” do jovem Darwin são a base da teologia (e da ciência) moderna!

    Caríssimo inicado ...nos mistérios de Deus. Com licença, por tratá-lo dessa forma, mas sabes o porque me refiro desse jeito!

    Sei que falar de Cristo sempre causou muita ira e revolta àqueles, a quem a presença do Mestre mado incomoda!! Isso é mais antigo do que nossa imaginação poderá alcançar. Mas o Mestre sabe de todas as coisas, e com seu amor infindo, vai relevando, perdoando pelas blasfêmias levadas a ele, através de palavras insanas.

    Depois , ainda pagará os justos e inocentes pelos desdenhosos..Essa é a grande dor! Mas aqueles que andam com os escarnecedores, não serão livrados, em sua sina!!

    Continuemos a crer na beleza da criação da vontade, e da luz Maior! pois é isso que nos mantém de pé!! Alelhuya...ainda que caiam mil a sua frente e 10mil a sua direita, tu não serás atingido, porque fizeste do Altíssimo a sua morada!!

    Abçs fraternos...e Muito Obgrigadu pelas complementações... Boa semana!!!

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  3. Prezada Cronista,

    Tanto argumento descabido, despropositado e inverosímel, mereceria ao menos checar a fonte....

    Absurdo, beirando a ridículo....

    "Queiram os religiosos, ou não, a Teoria da Evolução é a melhor explicação até hoje para o surgimento das espécies.

    Ainda procuram atacar pelo surgimento da vida, que não faz parte da Teoria da Evolução. Evolução explica tão somente como surgiram as espécies.

    Na ânsia desesperada em provar que seu deus existe, usam de artifícios descarados como fazer com que Darwin renegasse a Evolução. Digno de risos. Vamos examinar as mentiras.

    A conversão de CHARLES DARWIN no leito de morte, onde aceitou Jesus e renegou a Teoria da Evolução.

    Este boato se refere à história de Lady Hope (Lady Hope Story). Elizabeth Reid Cotton, Lady Hope (9 de dezembro de 1842 – 8 de março de 1922) foi uma evangelista britânica da qual geralmente acredita-se ser a Lady Hope que afirmou em 1915 ter visitado o naturalista britânico Charles Darwin pouco antes de sua morte em 1882. Hope afirmou que Darwin rejeitou sua Teoria da Evolução em seu leito de morte e aceitou Jesus Cristo como seu salvador.

    A família de Charles Darwin negou a história e sustenta que Lady Hope “Não estava presente durante a sua última doença ou qualquer doença”. A história de Lady Hope é amplamente conhecida, até mesmo por criaburricionistas, como sendo falsa – ou ao menos não verificável – e se for verdade, é provavelmente exagerada. A história permanece como uma lenda urbana popular, ainda que isto permaneça em nítido contraste com as publicações de Darwin e sua conhecida opinião à respeito do cristianismo.

    Curta biografia: Elizabeth Reid Cotton nasceu em 1842 na Tasmânia, Austrália, filha do general britânico, General Sir Arthur Cotton. Aos 35 anos, casou-se com um viúvo, o aposentado Almirante James Hope, que era 34 anos mais velho do que ela, tornando-se Lady Hope de Carriden em 1877. Sir James faleceu quatro anos depois.

    Ela e seu pai fizeram parte do movimento evangelista de temperança em Beckenham, Kent, a cerca de 9 km de Downe (onde Charles Darwin faleceu em 19 de abril de 1882), próximo ao ano de 1880.Hope casou-se novamente em 1893 com Thomas Anthony Denny, um comerciante irlandês 24 anos mais velho do que ela. Ela continuou a usar o nome “Lady Hope” ao invés de “Senhora Deny”. Deny morreu em 1909. Hope viajou para os Estados Unidos em 1913. Foi lá que, em 1915, 33 anos após a morte de Darwin, em Northfield, Massachusetts, que a história apareceu pela primeira vez.

    Hope morreu aos 80 anos de câncer em 1922 em Sidney, Austrália, onde está enterrada. segue.....

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  4. ......
    A história de Lady Hope apareceu pela primeira vez em um jornal batista (como sempre, só aparece em publicações religiosas) americano chamado Watchman Examiner (Vol. 3, pag. 1071), em 15 de agosto de 1915. A autora foi apenas identificada como uma “consagrada mulher inglesa”, “Lady Hope”, mas a pesquisa feita por Leslie Gilbert Pine, um antigo editor do Burke’s Peerage (Nobreza de Burke), não encontrou outra Lady Hope senão Elizabeth Hope que já era adulta por volta de 1880 e que ainda estivesse viva em 1915.

    O artigo foi precedido por um relatório de quatro páginas em uma conferência bíblica de verão realizada em Northfield, que ocorreu entre 30 de julho à 15 de agosto de 1915.

    Vamos dar uma olhada no texto original do artigo:

    Aconteceu numa gloriosa tarde de outono, que nós desfrutamos algumas vezes na Inglaterra, quando fui convidada a entrar e me sentar com o bem conhecido professor Charles Darwin. Ele estava acamado, tendo assim ficado meses até à morte. Erguendo-se da cama com o apoio de almofadas, a sua face parecia inundada de prazer quando entrei no quarto.

    Ele levantou a mão para a janela a fim de assinalar o belo pôr do sol que se esboçava no horizonte, enquanto que com a outra mão segurava uma Bíblia aberta, que estava sempre a estudar.

    “O que é que está a ler agora?”, perguntei. “Hebreus!”, respondeu. “Ainda estou a ler Hebreus, o Livro Real, como o costumo chamar”.Depois, apontando o dedo para certas passagens, comentou-as. Aludi, então, a algumas opiniões de peso expressas por muitos sobre a história da Criação, e depois aos seus comentários aos primeiros capítulos do Livro de Gênesis. Ele pareceu desolado, os seus dedos contraíram-se nervosamente, e sua face irradiou um sentimento de agonia, quando disse:”Eu era jovem e com idéias disformes. Levantei interrogações, fiz sugestões, assombrando-me sempre com tudo; e para meu espanto essas ideias espalharam-se, como o fogo tocado pelo vento. As pessoas fizeram delas uma religião”.

    – Fez a seguir uma pausa, e depois de mais algumas frases sobre a Santidade de Deus, e sobre a grandeza deste Livro, olhando para a Bíblia que, com ternura segurava durante todo aquele tempo, disse:”No jardim tenho uma casa de verão onde cabem cerca de 30 pessoas; é ali (apontou na direcção da janela). Quero que fale ali muito. Eu sei que você lê a Bíblia às pessoas nas aldeias. Gostaria que amanhã à tarde alguns servidores do lugar, alguns locatários, e alguns vizinhos, se reunissem ali. Falar-lhes-ia?”

    ....segue

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  5. .....
    “Sobre que é que lhes falaria?”, perguntei.

    “Cristo Jesus” – replicou ele logo, numa voz clara e enigmática, acrescentando num tom mais baixo – “e a Sua salvação. Não é o melhor tema? E depois quero que cante alguns hinos com eles. Você traz consigo o seu pequeno instrumento, não traz ?”

    A radiância que a sua face emanou quando disse isto, jamais me esquecerei; pois ele acrescentou: “Se a reunião principiar às 3 da tarde, esta janela estará aberta, e saberá que me unirei a vós nos cânticos”

    Seria lindo, não é? Papai Darwin se tornando uma Ovelhinha do Senhor após ler Hebreus, certo? Errado! Toda a família de Darwin negou a história e fez campanha contra a mesma.

    Francis, filho de Darwin, escreveu em uma carta em 28 de maio de 1918: “O relato de Lady Hope sobre as idéias de meu pai à respeito de religião são totalmente falsas. Eu tenho acusado-a publicamente de falsidade, mas não vi nenhuma resposta. O ponto de vista agnóstico de meu pai é citado em meu “Vida e cartas de Charles Darwin”, Vol. I, pags. 304–317. Você tem a liberdade para publicar uma declaração sobre. isso. De fato, eu ficarei satisfeito se você assim o fizer.”

    Após a história ter sido revivida em 1922, a filha de Darwin, Henrietta Litchfield, declarou em The Christian em 23 de fevereiro de 1922, um artigo com o título “Leito de morte de Charles Darwin: História de conversão negada”, por Sra R.B. Litchfield – Eu estava presente em seu leito de morte, Lady Hope não estava presente durante a sua última doença ou qualquer doença. Acredito que ele nunca nem mesmo a viu, mas de qualquer forma, ela não teve influência sobre ele em qualquer departamento de pensamento ou crença. Ele nunca desmentiu quaisquer de suas opiniões científicas, nem naquele momento e nem antes. Nós achamos que a estória de sua conversão foi fabricada no EUA (…) A história como um todo não tem fundamento de modo algum.

    Em 1958 A Autobiografia de Charles Darwin foi republicada e editada pela neta de Darwin, Nora Barlow, que restaurou várias passagens da edição original de 1887, retiradas por Francis Darwin. Esta incluía a perspectiva de Darwin sobre Deus, bem como duras críticas ao cristianismo.

    Lady Hope deu seu próprio relato levemente diferente em uma carta datada por volta de 1919 – 1920, recebida por S. J. Bole, autor de Battlefield of Faith (Campo de Batalha da Fé – 1940). O texto é citado no artigo do Dr. Paul Marston. A história se espalhou e se tornou uma lenda urbana popular. As alegações foram republicadas em outubro de 1955 na Reformation Review e no registro mensal da Free Church of Scotland em fevereiro de 1957.

    Houveram subseqüentes investigações acadêmicas na história. The Survival of Charles Darwin, de Ronald W. Clark, explica a estória mas não entra em muitos detalhes. Em 1994, o professor da Open University, James Moore, publicou o livro The Darwin Legend, do qual alega que Hope visitou Darwin entre 28 de setembro à 2 de outubro de 1881, quando Francis e Henrietta estavam ausentes e a esposa de Darwin, Emma, estava presente, mas que Hope subseqüentemente enfeitou a estória. O artigo do Dr. Paul Marston dá uma analise diferente, mas geralmente suporta esta conclusão. Ele chama atenção para a discrepância entre o artigo de 1915 e a carta posterior de Lady Hope, da qual mais plausivelmente Darwin se encontrava descansando em um sofá ao invés de uma cama, e não inclui a sugestão de que Darwin estava “sempre estudando” a bíblia.

    A alegação continua sendo usada por criacionistas modernos, incluindo Boniface Adoyo, o presidente da Aliança Evangelical do Quênia.

    ....segue

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  6. .....
    Podemos concluir, portanto, que não passam de falsas histórias. Mentiras sobre a “renúncia” em leito de morte são muito comuns. De fato, na biografia de seu avô, em 1879, o próprio Charles Darwin relatou como começou a história de que seu avô Erasmus Darwin teria chamado por Jesus em seu leito de morte em 1802, e ele conclui declarando que “Tal era o estado de sentimento cristão neste país no início do presente século… Nós podemos ao menos esperar que nada do tipo agora prevaleça”.


    Fontes:

    Darwin’s Final Recantation

    A creationist site reprints the text of the Lady Hope story.

    Did Darwin become a Christian on his deathbed?

    Creationist Malcolm Bowden on Lady Hope.

    Did Darwin recant?

    Answers in Genesis says that the story is probably false.

    The Lady Hope Story: True – False

    A creationist minister provides a case against the Lady Hope story.

    The Lady Hope Story

    The Stephen Jay Gould Archive adds some additional information to this account.

    Mrs R B Litchfield, “Charles Darwin’s Death-Bed: Story of Conversion Denied,” The Christian, February 23, 1922, p. 12.

    Down, the Home of the Darwins: The Story of a House and the People Who Lived There by Sir Hedley Atkins KBE, published by Phillimore for the Royal College of Surgeons of England, 1974.

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  7. http://ceticismo.net/religiao/grandes-mentiras-religiosas/o-ultimo-testemunho-de-darwin/

    Bons textos!

    “Para mim, é um compromisso intelectual, que é tentar fazer as pessoas entenderem que a melhor vida é a que estuda a razão, ironia, literatura, ciência, humor...(xadrez!).
    E que há outras coisas que fazem a vida a não valer a pena.
    Nós não devemos nada à ditadura do sobrenatural!”
    (Chyrstofer Hitchens)

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  8. Se Darwin se tornou católico ou não, não é importante, O importante é que a Teoria da evolução é bem aceita. Eu ainda considero que a medida que retrocedemos no tempo, começam a faltar elementos para explicar de onde surgiram. Dizem que o Big Bang criou o universo que conhecemos hoje, mas de onde surgiram a matéria que deu origem ao big bang, do nada? Se não considerarmos a existência de Deus não há como explicar.
    Eu sempre disse aos meus filhos, que estudaram em colégios católicos, nenhuma religião ensina nada de ruim, mas ensina que devemos sempre considerar o nosso próximo, ao nosso irmão.
    Beijos, amada!!!

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Até a próxima postagem! ABRAÇOS FRATERNOS ...

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