Se eu me calar - a mansidão da semente... as mãos vazias. O poder do silêncio...

Errei várias vezes na vida...

Errei quando não dei valor ao meu subconsciente, minha voz interior... que mandava-me parar ... sair de cena... retrair-me... e eu não a compreendia. 

Achando-me medrosa e tola, por sair de cena naquele momento.

Errei, quando não soubera valorizar coisas simples... o cair da chuva... o nascer do sol... o desabrochar de uma flor...

Errei, quando pintei um quadro irreal (da realidade) que me cercava, pus somente o que conseguia ver...e o que queria.

Errei ao não aceitar, nem querer entender a natureza dos homens, das pessoas próximas... pensando que elas não tinham razão, nem mentalidade filosófica, que seus sentimentos fossem irreais, e , sem nenhum nexo...e que apenas a minha maneira de pensar - era a mais correta. 

Que tolice e prepotência.

Enfim, sempre que avaliei, avalisei, emiti, omiti , não refleti, não revi, não observei amiúde, errava.

Errava por não manter a calma.

Errava por não manter um estado do não ser, (não estar presente), desfocar....

Errava por não saber me posicionar, no cenário, entre os figurantes, e , por querer que o palco fosse meu...

Errava!!!

Não erro mais: Não sonho mais...

Retraio os sonhos... reavalio os desejos... 

Mantenho a calmaria, do riacho límpido e manso.

Retiro as palavras, num momento em que todos querem a fala.

Murmúrios serenos... quando o louvor, aflora a garganta.

Tentarei ser mansa... ser lúcida, ser riacho.

Quero ser pequenez, em frente os gigantes.

Quero ser a gaivota, entre os meus...

Quero ser a borboleta, recém saindo do casulo..

Quero ser o findar do dia...perante o sol manso e lento...

O ocaso, o compasso , as formas vazias , as mãos do lavrador, ante as sementes ainda não germinadas, recolhidas, enterradas. 






                                     Abçs ...

                            Ser o serenar da mente...e o revelar das formas simples.