A década de sessenta e setenta para a música brasileira foi um período áureo da inspiração de muitos músicos e compositores que por lá surgiram, entre eles: Erasmo Carlos , Roberto Carlos , Marcos Valle, The Boys, Demetrius , Carlos Dafé, Gilson e sua casinha branca.... Peninha... e muitos mais. Entre esses destacava-se um nordestino de Pernambuco, nascido em 1940, que veio para o Rio de Janeiro, na década de sessenta, e foi trabalhar na Radio Tupi... Sua voz maravilhava e encantava a todos, e suas canções traziam situações simples, mas que se transformavam em poemas, além da habilidade de musicalizar letras de poemas famosos: entre eles: E agora José ... de Carlos Drummond de Andrade. Hoje na Rádio Manchete - fizeram uma homenagem a esse músico, e sua história triste, em que uma doença o atingiu , tendo perdido a mobilidade dos membros inferiores e se encontra numa cadeira de rodas. Meus sinceros votos de que retorne à cena musical... Estamos há muito sentindo tua falta.
E agora, josé?
A festa acabou,
A luz apagou,
O povo sumiu,
A noite esfriou,
E agora, josé?
E agora, você?
Você que é sem nome,
Que zomba dos outros,
Você que faz versos,
Que ama, protesta?
E agora, josé?
A festa acabou,
A luz apagou,
O povo sumiu,
A noite esfriou,
E agora, josé?
E agora, você?
Você que é sem nome,
Que zomba dos outros,
Você que faz versos,
Que ama, protesta?
E agora, josé?
Está sem mulher,
Está sem carinho,
Está sem discurso,
Já não pode beber,
Já não pode fumar,
Cuspir já não pode,
A noite esfriou,
O dia não veio,
O bonde não veio,
O riso não veio
Não veio a utopia
E tudo acabou
E tudo fugiu
E tudo mofou,
E agora, josé?
Está sem carinho,
Está sem discurso,
Já não pode beber,
Já não pode fumar,
Cuspir já não pode,
A noite esfriou,
O dia não veio,
O bonde não veio,
O riso não veio
Não veio a utopia
E tudo acabou
E tudo fugiu
E tudo mofou,
E agora, josé?
Sua doce palavra,
Seu instante de febre,
Sua gula e jejum,
Sua biblioteca,
Sua lavra de ouro,
Seu terno de vidro,
Sua incoerência,
Seu ódio - e agora?
Seu instante de febre,
Sua gula e jejum,
Sua biblioteca,
Sua lavra de ouro,
Seu terno de vidro,
Sua incoerência,
Seu ódio - e agora?
Com a chave na mão
Quer abrir a porta,
Não existe porta;
Quer morrer no mar,
Mas o mar secou;
Quer ir para minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Quer abrir a porta,
Não existe porta;
Quer morrer no mar,
Mas o mar secou;
Quer ir para minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
Se você gemesse,
Se você tocasse
A valsa vienense,
Se você dormisse,
Se você cansasse,
Se você morresse...
Mas você não morre,
Você é duro, josé!
Se você gemesse,
Se você tocasse
A valsa vienense,
Se você dormisse,
Se você cansasse,
Se você morresse...
Mas você não morre,
Você é duro, josé!
Sozinho no escuro
Qual bicho-do-mato,
Sem teogonia,
Sem parede nua
Para se encostar,
Sem cavalo preto
Que fuja a galope,
Você marcha, josé!
José, para onde?
Qual bicho-do-mato,
Sem teogonia,
Sem parede nua
Para se encostar,
Sem cavalo preto
Que fuja a galope,
Você marcha, josé!
José, para onde?
Você marcha José, José para onde?
Marcha José, José para onde?
José para onde?
Para onde?
Marcha José, José para onde?
José para onde?
Para onde?
E agora José?
José para onde?
E agora José?
Para onde?
José para onde?
E agora José?
Para onde?
O cantor Paulo Diniz logo caiu no gosto popular, e como trazia a ginga e a bossa de se incorporar á melodia, além da sua voz compor um semi tom grave e longo, até então nunca visto entre os cantores.. foi o máximo para o momento... A música Pasárgada de Manuel Bandeira o coroou de méritos e firmou-o como um grande músico e arranjador de primeiro time (de elite)...como poucos. Um sucesso !!!
Dotado de inspiração e voz melodiosa e firme... Ouça essas músicas e mate a saudade desse grande poeta que teve uma vida simples , mas foi um eterno apaixonado por seu país , pela música , por seus amores pelo rádio e, pelas modinhas
Ao mesmo tempo vamos enviar-lhe nossos votos de Saúde e força!!!
Vou- me embora pra Pasárgada
Paulo Diniz e Manuel Bandeira
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que eu nunca tive
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que eu nunca tive
E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro bravo
Subirei em pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água.
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada.
Andarei de bicicleta
Montarei em burro bravo
Subirei em pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água.
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada.
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
de impedir concepção
Tem telefone automático
Alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
prá gente namorar ah! ah!
Tem prostitutas bonitas
prá gente namorar ah! ah!
É outra civilização
Tem um processo seguro
de impedir concepção
Tem telefone automático
Alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
prá gente namorar ah! ah!
Tem prostitutas bonitas
prá gente namorar ah! ah!
E quando estiver mais triste
Mais triste de não ter jeito
Quando de noite me der vontade
de me matar...
Lá sou amigo do rei
Terei a mulher que eu quero
na cama que escolherei
Lá sou amigo do rei
Vou me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Vou me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Vou me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Vou me embora pra Pasárgada
Lá sou amiigo do rei.
Mais triste de não ter jeito
Quando de noite me der vontade
de me matar...
Lá sou amigo do rei
Terei a mulher que eu quero
na cama que escolherei
Lá sou amigo do rei
Vou me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Vou me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Vou me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Vou me embora pra Pasárgada
Lá sou amiigo do rei.
O sonho de juventude de qualquer rapaz da época "ser amigo do Rei" ter a mulher que quero, na cama que escolherei" Lindo!
Pingos de Amor
Paulo Diniz
A vida passa, telefono e você já não me atende mais
Será que já não temos tempo nem coragem de dialogar?
Ainda ontem pela praia alguma coisa me lembrou você
E veio a noite, namorados se encontrando e eu estava só
Será que já não temos tempo nem coragem de dialogar?
Ainda ontem pela praia alguma coisa me lembrou você
E veio a noite, namorados se encontrando e eu estava só
Vamos ser outra vez nós dois
Vai chover pingos de amor (2x)
Vai chover pingos de amor (2x)
Ainda ontem pela praia alguma coisa me lembrou você
E veio a noite, namorados se encontrando e eu estava só
E veio a noite, namorados se encontrando e eu estava só
Vamos ser outra vez nós dois
Vai chover pingos de amor (2x) .
Numa breve interpretação desses versos , penso que o autor, passava por uma grande saudade do que viveu com um certo alguém...Mesmo telefonando , ela não o atendia mais...Como dói essa cena! Quem viveu pode contar a dor...O que fizeram com o tempo? E o diálogo? Não vale mais a pena tentar?À noite, a dor e a saudade aumentam... em se caminhando pela praia, as recordações dos momentos vividos reforçam a saudade... Ainda mais ao ver namorados se encontrando...e estarmos sós...Tipo de poesia , que embora seja cotidiana, enternece, e traz à tona fatos e memórias sútis e tristes também...
Hoje na Rádio Manchete - fizeram uma homenagem a esse músico, e sua história triste, em que uma doença o atingiu , tendo perdido a mobilidade dos membros inferiores e se encontra numa cadeira de rodas.Meus sinceros votos de que retorne à cena musical.
E a Bahia? Quem é de lá quer retornar sempre!!
Ótimo final de semana
Alicinha, parabéns por este resgate histórico. Paulo Diniz merece esta linda homenagem no seu espaço cultural.
ResponderExcluirDo amigo, José Maria Cavalcanti.
www.bollog.com.br
Obrigada pela visita...J.M
ExcluirFiquei comovida, quando soube que ele está vivo... porém acometido por uma doença que o impossibilita de andar...permanece em uma cadeira de rodas...
Mas parece que ainda compõe, vou tentar localizá-lo... Pra fazer uma vídeo com mias detalhes de sua vida...
Qdo despertamos para o que podemos fazer, para o bem de nossos irmãos, nos tornamos mais humanos...
Ótima semana... abçsss..
Grande lembrança, comovente sua homenagem, a este grande músico.
ResponderExcluirDe fato
ExcluirAlguém com um talento como o dele não merece ser esquecido...principalmente porque ainda vive..
Obrigada pela visita...Volte sempre!!
Abçs...Dantes...
Ótimo compositor/cantor, gosto muito das músicas dele, dançava em festinhas da época.
ResponderExcluirEle merece ser lembrado sempre.
beijosss.