Já falei várias passagens dessa minha jornada, in my life!!!..
Mas ainda faltam tantas outras...Mas como não divulgar que o mundo girou numa velocidade astronômica neste século anterior, e que rapidamente fomos descartando objetos obsoletos, numa velocidade que às vezes nem sequer conseguimos acompanhar... mas será que as coisas que eram boas, merecem também serem descartadas?sequer relembradas??
De repente lembrei-me de um tempo que, embora eu ainda fosse Alicinha... me recordo bem:
Por exemplo minha tia Rosa passando roupa com ferro a brasa... as camisas de meu avô eram de puro linho de algodão e muito impecavelmente bem passadas que ele mais parecia um doutor, diziam as amigas quando queriam elogiá-lo.... ao que o velho ria, satisfeito e olhavá-as com cara de lobo mau, que pensamentos passavam-lhe pela cabeça? Imagino alguns, só sabemos que às vezes ele quebrava lá pelo beco de Nininho, e após olhar para trás e para os lados desaparecia numa daquelas portinholas estreitas! vindo a aparecer em casa lá pelas altas madrugadas, fazendo ranger os batentes das portas...
Ao que minha tia Rosa ainda acordada até aquelas horas dava-lhe uma tossida , como quem queria avisar que sabia que estava chegando...
Se ela estivesse viva hoje, de certo não teria muitas saudade desse tempo... aliás me lembro que ela chegou a conhecer ferros modernos: Walitta, Black deck... , mas quando teve um ferro moderno , não precisava mais passar roupas!?
Lembro-me, ainda que não existiam alimentos já semi prontos... pré-cozidos... descascados, para quando se chegasse em casa os colocassem no forno(micro-ondas) para preparar em meia hora... depois de um dia de trabalho exaustivo.
As mulheres (quase a minoria) que trabalhavam fora para ajudarem no orçamento, e, as que não precisavam diziam graças a Deus não preciso levantar cedo e tomar trem lotado, para trazer o alimento pros meus filhos... e, as que trabalhavam por opção, eram professoras e davam aulas em casa , ou em colégios perto de casa...
Outras eram cabeleireiras, e trabalhavam para elas mesmas.
As ditas mulheres dessa época, sabiam:
Bordar , tricotar , costurar, ornamentar a casa , fazer suas cortinas e lençois, fazer colchas de retalhos... patchwork, seus vestidos...e as roupas para seus filhos, e camisas para seus maridos.
As marcas de Sabão em pó, deveriam ser apenas duas ou três!éramos menos consumistas daí então...
E as roupas brancas iam quarar na grama...e eram colocadas no anil em pedra, o que dava uma coloração azulada...mas alvíssima..
E nos armários para evitar mofo : Naftalina!
A margarina não existia: Até os mais pobres comiam manteiga, e leite do bom, que se comprava na porta e, vinha direto do produtor ao consumidor.
Agro-tóxicos não eram consumidos, e os legumes e verduras eram orgânicos (e a gente nem sabia disso)... as galinhas não recebiam hormônios e tinham uma carne mais durinha, e saborosa( galinha de quintal), e os ovos amarelinhos e deliciosos...
Não havia freezer, e a carne era consumida no dia...
Isso não quero me lembrar porque morava não muito longe de um abatedouro e ouvia o sofrimento dos animais na madrugada...
tapava os ouvidos para não ouvir os apelos de Socorro
dos animais a serem mortos.
Por isso tento não comer mais animais mortos...e reduzi o consumo desses alimentos ditos proteicos...
O café era torrado e moído na hora, e tinha um sabor adocicado.
Comíamos sem medo, alimentos gordurosos... sem neuras!!
Mas apesar disso , não me lembro de ouvir dizer que alguém tivesse morrido de diabetes ou infarto agudo do miocárdio!
Morria-se de velhice, e o Triglicerídio era doença de ilustres abastados...se é que já existia com esse nome.
Meu padrinho era o farmacêutico da cidade, e receitava Benzetacyl , para os rapazes após sua volúpias noturnas...
Haviam doenças de poetas como a tuberculose...cirrose... a hepatite , a Tifo, e a febre amarela... que ainda hoje estão na moda.
O pão tinha menos farinha e não continha brometo, o que o fazia mais saboroso, e não inchava dentro da gente.
O queijo era feito em casa mesmo... e de merenda pra escola se levava-se pão com mortadela... ou pão com goiabada, ou com carne...e Kisuco ou suco de groselha... ou mais recente Mirabel...
Não se conhecia ervilha em lata , atum em lata, sardinha em lata ... extrato de tomate... catchup era palavra pra inglês ver... café solúvel só em filme...
Caviar ainda hoje nunca vi , não conheço só ouço falar...
Tinhamos vaselina para os rachados dos pés, e água de rosas era o perfume mais utilizado por todas, além da famosa pomada Minâncora ... dormia-se de touca... e as mulheres usavam rolinhos nos cabelos!!!e que efeito isso dava nas madeixas.
Podia-se brincar meninos com meninas sem depois dizermos que eramos molestadas, ou sofremos bullyng!
Os homens perguntavam: Qual a sua graça(?), e abriam a porta dos carros para descermos: Abraços ao Alberto Pirro - que até bem pouco tempo, ainda abria a porta de seu carro para as mulheres: Um gentlemann.
Os The Fevers cantavam Whisk a gogo... e ninguém vive sem amor embala os bailinhos da juventude...
E a comida de domingo? era rosbife com batatas coradas...
O lanche da tarde tinha cuscus de milho quentinho... e broa de milho com leite de cabra ou jumenta... tudo junto e misturado.
Tomavamos Crusch , Grapetti e Tubaína. Além de maravilhosos Sucos de frutas exóticas como siriguela, graviola e tamarindo, entre outras...
Os visitantes iam em casa sem avisar mesmo... e nunca davam com nariz na porta.
Quando conheci uma tia alemã, e via minha mãe, marcando uma visita a casa dela , pro almoço com um mês de antecedência , achava super esquisito, e minha mãe dizia: Gente rica é assim mesmo, ainda mais europeus!!assim que é o certo!
Eram poucas pessoas que tinham telefone em casa... e se escrevia cartas regularmente para falarmos com nossos parentes de longe...
Fazíamos festinhas nos finais de semana cada semana na casa de
um ou de outro, e as meninas levavam salgadinhos e os meninos levavam refrigerantes... ou outra bebida...mas, tinha que ser escondido da mãe...
Havia violência , mas não entre torcidas e os líderes de grupos no máximo deixavam olho roxo... no adversário.
Os estudantes iam pras ruas...e teve um tal de Golpe Militar que foi um terror: Ai teve sim...
Engarrafamentos e rushs eram mínimos, e acho que até a poluição era mais moderada...
Eh tempo bom...
Quando ouvia os mais velhos relatarem de suas saudades...
achamos chatíssimo:
Além disso havia curiosidades...como:
Tinha essa frase : Rainha do Lar...
Hoje é que compreendo como deveria ser bom aqueles tempos. Vez por outra ouvía-se das titias frases assim:
Vejam bem a alegria e o brilho nos olhos da esposa obediente. Uma verdadeira rainha do lar.
E as menininhas eram realmente menininhas , e não usavam roupas de gente adulta ou vestidos e saias sensuais de jeans etc...
Menina com roupa de menininha... que a mãe fazia.
Toda cama tinha uma colcha de retalhos tipo essa.
Modelitos que faziam a cabeça da mulherada... Clássico de viver...
Esses eram os mimos da temporada...e observem ainda estão em alta...
Esse refrigerante tinha um sabor de uva - delicioso... e único!! o Crush - um sabor de laranja sem nada igual.
Além das receitinhas naturais que aprendíamos com as avós e, eram passadas às amigas , como um talismã precioso.
RECEITAS NATURAIS:
1- Pasta de argila verde dissolvida em chá de calêndula. Fazer compressa,1 vez ao dia.
2 - Pepino - cortar 1 pepino médio em rodelas e colocar num pilão, para esmagar até obter um creme. Depois juntar a 2 colheres de açúcar, coar e passar no rosto antes de dormir no local das manchas e lavar o rosto pela manhã.
3 - MARCAS DE ESPINHAS / RUGAS NO ROSTO:* Fazer uma mistura de argila, suco de cenoura, mel e confrei e aplicar uma camada desta pasta de aproximadamente 1 cm no rosto por uns 40 minutos.
4 - Para espinha não deixar marca no rosto:Pegue um pouco de pomada "Minâncora" e dê uma ligeira aquecida, jogando por sobre a espinha com um pouco de sal refinado.Aplique a pomada sobre a espinha e só retire quando a pele afetada tiver lhe consumido uma boa parte.Depois de algumas aplicações, a espinha sumirá e não deixará marcas.
5 - Para acabar com espinha:Pegue três pêssegos já maduros e descasque-os de maneira que as tiras de casca sejam bem finas.Depois coloque as cascas para ferver em água filtrada, de forma que as cascas desmanchem.Coloque as cascas num prato e adicione uma colher bem cheia de mel puro. Deixe passar uns quinze minutos e lave o rosto com a água fria e sabão neutro.
6 - Simpatia para retirar manchas de pele:Passe sobre as manchas, urina de um recém-nascido ou a sua própria urina. Pela manhã você deixa o primeiro jato sair e depois pegue para passar no rosto. Não fica nenhum cheiro.
A Pomada Minancora® é um medicamento à base de cânfora, óxido de zinco e cloreto de benzalcônio, substâncias com propriedades: anti-séptica; secante; antipruríginosa e suavemente analgésica que, juntas, conferem à pomada um grande poder de atuação contra espinhas e frieiras (disidroses), além de ser desodorante. A Pomada Minancora® ainda previne o odor desagradável das axilas e dos pés, e evita o ressecamento da pele.
Postado por baruchess@gmail.com
E, assim a vida decorria sem stress , ou depressão - oque é tão comum nos dias de hoje. As mulheres não precisavam até então irem para a rua a rasgar sutiãs, e dizerem-se iguais aos homens. Elas não queriam ser eles... porque isso significaria como agora, ter as mesmas obrigações , e menos regalias...Ah esse tempo... mesmo sem ter internet era muito bom!!!com certeza, basta perguntar as suas avós...
Besosss
Alicinha, como dá saudade dos anos das décadas de 1960, 1970 e 1980, chamados de anos dourados.
ResponderExcluirEmbalados pelo som da vitrola, curtíamos nossos ídolos de forma mais intensa, tomando batidas e misturando coca cola com uma bebida mais quente.
Dançávamos a noite toda com a mesma garota e ficávamos ansiosos com a espera do primeiro beijo.
Depois é que vinha o namoro. E se era escondido, ficava mais gostoso, sem necessariamente ter que desonrar a menina.
Tempo de juras de amor e de bilhetinhos...
Éramos homens de uma só mulher, sem essa de beijar todas ou ficar com todas.
Tempinho bom sem essas drogas pesadas ou corpos tatuados. Nossa rebeldia era sair pelas ruas para pedir mais liberdade.
Hoje tudo é muito rápido, não dá tempo se fixar num determinado item que já chega outra para substituir o anterior.
É época do descartável.
Descartamos a boa música, as saudáveis comidas, os produtos duráveis, o ar puro das cidades, o valor do beijo e da primeira relação.
Se saber a diferença disso tudo é ser romântico e saudosista, eu também faço parte desse grupo.
Abraços, minha amiga Alicinha.
José Maria Cavalcanti
www.bollog.com.br
nós românticos somos sim saudosistas.
Acho que hoje o fenômeno social é muito efêmero e nos impede de curtir mais cada ocorrência.
Na nossa época, tudo passava lentamente, dois pra lá, dois pra cá. Curtíamos a fundo
De fato Masca... Relembrar é saudável!!
ResponderExcluirTinhammos ainda a inspiração de Gonzaguinha, a voz melodiosa de Elis Regina e Fagner embalava os sonhos da gente do Cariri... e dizia que só saíria de lá no último pau de arara...
Éramos mais amigos... e tínhamos orgulho dissi. Aos que prezam essa época e mantiveram os amigos... décadas e décadas.
Curtíamos tênis Bamba e Kichute.
Trocávamos presentes no fim do ano através de brincadeira de amigo invisível...
E, embalávamos nossos sonhos com The Beatles... BeeGes ...
Os Incríveis ... Os Fevers etc...
Além do inesquecível: Elvis Presley.
Êh tempo bom... não volta mais... Saudades de outros tempos iguais...
Abraços... amigo
Saudades deste tempo, uma época de divertimentos saudáveis, de amizades verdadeiras e reais, das festinhas, dos bailes na escola, nos clubes, sempre embaladas pelas músicas dos Incríveis, Renato e seus Blue caps, The Jordans e tantos outros.Quem viveu nas décadas de 60 a 80 guarda excelentes lembranças.
ResponderExcluirBeijossss.