segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Que será será ... aquilo que for será... nós temos que esperar... que será: será ! Tinhamos medo...e o medo tem caráter marcante em nossas vidas...





 Portanto não os temais, porque nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se. 
                                                                  Mateus 10:28 - Bíblia Sagrada








   Os dias em que somos felizes, nem sempre são aqueles que esperavamos ser.


   Quando era Alice era apenas uma menina - em sua casinha lá de perto do rio, no final da rua; vivia a sonhar.  

  Sim sonhava. 


   Mas com que sonhava a menina Licinha? era assim que me chamavam ...


   Os dias eram mansos... as tardes longas. 


   As opções eram poucas, e as  chances que nos eram oferecidas, mínimas... e quase sempre... tínhamos medo!


   Ora dizeis a palavra medo? Por que deveria??


   E torno a repetir: Tinha muito medo... do abandono , do falecimento da mãe, da deslealdade dos amigos e parentes... da fome e da peste... da infelicidade do viver. 


  Trazia em seu espírito uma descendência marcada por grandes situações de conflito e penúria... guerras e crueldades.


   Por um lado o Holocausto, e os campos de concentração, que já desde cedo me trouxeram as informações, e por outro, a escravidão dos bisavós maternos, o que por si só era um pano de fundo de características tristes e pesarosas. 


  As histórias de tragédias nos quais as crianças assistem, quer em vídeo, em contos que seus avós insistem em repetir, agora em filmes ... deixam uma marca no seus subconscientes... e aquilo se arrasta por longos e longos anos, e, quando aflora a idade madura... esses traumas são incorporados em sua mente, como se ela houvesse vivido realmente aquilo...


   Ainda não sei, se o medo é coisa ruim!!! a princípio, acho que uma certa dose dele, não faz mal algum... pelo contrário. 


   O medo garante a sobrevivência da via crucis em que somos colocados, enquanto de passagem por essa extratrosfera terrena.  


   Foi por medo dos animais ... das chuvas ...trovões, que o homem buscou abrigo , encontrou as cavernas...para poder sobrevivermos.


   Minhas primas Joanita e Cristina,  haviam perdido seus pais, ainda em crianças aos 10 e 8 anos apenas, e foram criadas, em casa de parentes tendo como brinquedo a vassoura - velhas bonecas de pano ... e o tanque de roupas sujas... 


   Separadas dos demais irmãos, e frequentemente as pegava ora uma, ora outra chorando pela falta de seus pais... eram apenas duas meninas-moças ainda... e embora tratadas como se podia da melhor maneira (em termos) inevitável era que sentissem muita falta de seus pais...


   Então - eu precisava sozinha superar meus medos... Um dia perdi a Joanita quando tinha apenas 8 anos, e ela mudou-se para uma residência, aonde poderia ter uma condição melhor para ela e seu filho. 

  
   Era o choque que de certa forma previra... Perdia-a aos 8 anos, da idade, a mesma em que ela perdera seus pais!!! daí o medo voltara...  


   Fiz terapia ... análise... algum tempo, e confesso não me curei... Preciso refazer ... tomar florais de Bach e Californianos ... e ver o mar... as florestas.... estar em contato com algo que me deixe enamorada ...


   .Assim quem sabe os dias me trarão de novo as alegrias que me roubaram... ainda cedo.


P.S:  Não quero com isso dizer que sou infeliz. Mas a incompletude me faz ser assim!!!






   Nas horas de muita solitude - busco-o na minha forma de vê-lo, e o acho alegre e feliz...me amparando, e dizendo: Nunca te abandonei... e nunca abandonaria...


   Ainda que suas companhias forem pra mim desagradáveis... ainda que o Restaurante em que estavas não era o meu preferido... ainda que as chuvas atrapalhassem o nosso caminho... e os seus amigos me eram indiferentes, e não aqueles dos que eu queria ao seu lado.... Estive contigo...


  Ainda que naquela noite tu não se lembrou de mim: Eu estava lá,contigo;


  Eu estava com sono...e você barulhenta...eu permanecia contigo...


  Não te deixei só, naquele lugar que você mal conhecia no sábado a noite... tendo ainda que procurar acolhida longe...Eu baixinho sussurei ao seu ouvido: Tá tudo bem... eu te guio! Mas por certo nem me ouviu... 


  E em outras mais 4 ou 5 vezes, que você não fez conforme exatamente eu queria : Eu fiquei ali, calado pacientemente te esperando....


  Quando com meus amigos eu me encontrava, e que você estava ao meu lado: Não te ignorei, nem debochei da tua falta de jeito em entendê-los: Com você fiquei...sempre!!!

  Não te decepcionei, inclusive aos escolher outras pessoas para ficar, e te abandonar cheia de sonhos, e de esperanças... 

  Repreendi aquelas pessoas... e deixei-os em outras companhias...Me refiz em ti!!!

  E fico feliz quando proclamas tua Fé ... quando transmites aos demais que me amas...


  Quando compartilhas o que pronunciei aos ouvidos de quem podia me ouvir , e escreveram como minhas palavras favoritas... e meus cânticos prediletos.


  Quando procura desvendar meus mistérios, embora tenhas pouca clareza, não desanimas...eu aprecio.


  Quando pronuncia meus nomes alto e em bom tom...e canta hinos maravilhosas e os torna público...


  Enfim... não é amizade isso que sentimos um pelo outro: Isso é Amor...


     Obrigadu .... mais uma vez por tornares suas minhas palavras:







E, naqueles tempos descobri que quando chovia muito...a rua enchia .. e arrastava tudo o que tínhamos...e nós inocentemente procurávamos abrandar a visão de quem chorava e se lamuria, soltando barquinhos de papel nas águas...


Guilherme de Almeida
Barcos de papel



         Quando a chuva cessava e um vento fino

Franzia a tarde tímida e lavada,

Eu saía a brincar, pela calçada,

Nos meus tempos felizes de menino



Fazia, de papel, toda uma armada;

E, estendendo o meu braço pequenino,

Eu soltava os barquinhos, sem destino,

Ao longo das sarjetas, na enxurrada...


Fiquei moço. E hoje sei, pensando neles,

Que não são barcos de ouro os meus ideais:

São feitos de papel, são como aqueles,



Perfeitamente, exatamente iguais...

— Que os meus barquinhos, lá se foram eles!

Foram-se embora e não voltaram mais!




Bom dia a todos... E que chegue Dezembro ... trazendo a renovação de nossos sonhos, e a nossa poesia se renove...e sejamos uma fonte de inspiração ao nosso espírito!

                     Só sei bem que:







  Referências:

1-http://zelmar.blogspot.com.br/2012/11/10-sonetos-inspiradores.html



3 comentários:

  1. Querida Alicinha,

    Minha escritora, que esta "incompletude" (sic) não seja buscada em religiões e outros aproveitadores de plantão!
    A história é pródiga em relatar vários e terríveis casos desta "aproveitadora"...

    Acredito, e muito, que esta palavra feia ("incompletude"?!) nem exista em você!

    Suas respostas estão em você mesma e nos momentos que fazemos felizes, sem intermediários, profetas ou milagreiros...
    O passado pertence ao passado, o futuro é que se deve vislumbrar!

    “Nas eras negras as pessoas são mais bem guiadas pela religião, assim como em uma noite escura um cego é o melhor guia; ele conhece as estradas e trilhas melhor que um homem que consegue enxergar. Porém, quando o dia nasce, é tolice usar um velho cego como guia!”
    (Heinrich Heine)

    Alicinha querida, linda e alegre: brilhe com toda intensidade!

    bjs do Joca!

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  2. Joca....

    A inspiração vem de uma forma, que nem sempre é aquela a qual a vida nos apresenta na íntegra, porém devemos agarrá-la *)a inspiração) e escrever na quele momento expressando assim o nosso estado atual..depois passa, e novas idéias nos aflora! Capiche... bjuss..

    Obrigadu pela leitura...

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  3. A religião nos conforta quando estamos tristes por algum motivo, ela nos ensina, ela nos conforta, ela nos fortalece, eu sempre falei que a religião não ensina coisas ruins, ela ensina fraternidade, amor ao próximo, ensina convivência.
    Quanto a ter medo, é melhor tê-los para não se envolver em acidentes ou situações desagradáveis.
    Beijos..

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Obrigada pela presença, caso queira deixe seu comentário.

Até a próxima postagem! ABRAÇOS FRATERNOS ...

A vida segue seu fluxo ... Nada muda sem que você não permita!

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