segunda-feira, 5 de novembro de 2012

O rádio e seus quase 100 anos - A Rádio Nacional - O seu Repórter Esso - Momento de união com a família

Depois do jantar todos ficavam reunidos em torno do rádio.




     Não tínhamos televisão naquela época, e a luz da fornecedora de energia , era muito fraca, e caia de vez em quando. Por isso não se podia ligar todas as lâmpadas ao mesmo tempo; devido as mesmas ficarem bem fracas, e pouco iluminarem.

Talvez por isso jantávamos cedo - e, reuníamos após comer a sobremesa na sala de visitas, em redor do rádio de pilhas grandes. Ali com colchões, almofadas, esteiras, cada um achava sua melhor posição, até o gato de Alice "Princess" - vinha se ajuntar ao grupo, e então, dona Dina ligava o rádio...

O rádio transmitia sermões sobre a fé , e a vida de Jesus Cristo.
Transmitia ainda as novelas, escritas por Dias Gomes,e Janete Clair, mas havia uma que era um frisson; a mais famosa foi Jerônimo - O herói do sertão, que alguns anos depois foi retransmitida pela tv Tupi.

Ouvia-se atentamente, e quando um, ou outro se metia a querer mudar de estação, corria-se com ele dali.

A voz dos locutores era firmes, boa locução, e entre eles conhecíamos: 
-Doalcey Camargo , Oswaldo Moreira, Alberto Cury, Ary Barroso, Ataulfo Alves, Big Boy( o mais tresloucado) que trazia informações musicais, principalmente hits internacionais, no início dos anos 70... 

Mas a invenção do rádio, era bem antiga, e em Paratinga/Bahia, como em outras localidades do Brasil e do mundo, já eram inúmeras as suas utilidades, como um elemento primordial para o progresso. E um meio de comunicação que trazia informações e desenvolvimento nas comunidades aonde se encontrasse.

O rádio teve seu momento áureo na década de 30, e no estado de Santa Catarina, 


A primeira delas foi também a primeira emissora de rádio do Estado. 

A história da Rádio Clube de Blumenau começou em 1929, com um serviço de alto-falante instalado pelo radioamador João Medeiros Junior. A partir de 1931, tais experiências passaram a utilizar um transmissor de 150 watts e Medeiros Júnior fundou então uma sociedade, para captação de recursos através de apólices que vendeu para amigos e conhecidos. 

Em 1935, a emissora entrou no ar em caráter definitivo.
No período das irradiações experimentais, Medeiros Júnior já havia conseguido
junto ao governo federal a concessão do prefixo PRC-4. 
Com efeito, a Clube é a única emissora em Santa Catarina com o prefixo PR, característico das mais antigas estações de rádio do país.

A licença oficial para o funcionamento definitivo da Clube saiu em 19 de março de 1936.
Neste período a rádio já estava mais potente, utilizando um transmissor de 500 watts.

Já a Rádio Alvorada surgiu em 20 de julho de 1962. Com uma programação que incluia reportagem politica - e noticiário das cidades, além da Hora do Brasil...dizem que até o Presidente da república Getúlio Vargas era um ótimo locutor, e gostava de ele mesmo transmitir as ocorrências do seu período de mandato...

Por isso, com a ajuda do Governo Federal, eram investidos recursos para que fossem aperfeiçoados aos aparelhagens de difusão, e assim obtínhamos uma transmissão mais clara, e sem chiados.

Para atrair audiência, as emissoras criavam estratégicas já como formas de tornar os ouvintes "amigos do rádio",e aumentar o consumo dos produtos mais utilizados na época. Entre eles: Sabonete PHEBO - LUX - CRUSCH - Detergentes em Pó -Vic Vaporub ...e outros produtos conhecidos , haviam brincadeiras com o público,  em que as pessoas mandavam rótulos dos produtos para a rádio e ganhavam uma música.

Havia, ainda as cartas abertas- em que os ouvintes ligavam para a rádio, e recebiam todo o tipo de orientações para seus problemas - esse era um momento em que muitos prestavam atenção - porque em geral eram discutidos problemas com marcas, doenças, cuidado com os filhos, receitas , preparo de produtos para uso próprio como shampoos, cremes de massagem, e fofocas do meio artístico, etc...


O programa “Caixa de pedidos Lever” era emitido pela Rádio Clube, às 14h. 
programa era produzido em Blumenau, mas todas as orientações relacionadas ao roteiro vinham de uma agência de publicidade com sede em São Paulo.

O “Caixa de pedidos Lever” consistia basicamente em enviar uma embalagem do sabonete Lever (antecessor do sabonete Lux) para a emissora, aproveitando o espaço para pedir uma música e escrever uma dedicatória. O programa ficou no ar de 1955 a 1963.



                          





         Emilinha Borba e Marlene dividem o microfone da esquerda com César de Alencar

As cantoras mais famosas eram Marlene e Emilinha Borba, Hebe Camargo, Elza Soares, Dalva de Oliveira, Silvio Caldas e Francisco Alves...Além da voz estonteante de Paulo Gracindo e do cantor Mario Lago, entre outros.





Paulo Gracindo (de perfil) e Luiz Gonzaga (atrás do microfone) no auditório da Rádio Nacional



Outras curiosidades


No decorrer da década de 50 a sociedade de consumo de massa teve sua consolidação no Brasil. As atividades econômicas passaram por grande transformação e crescimento, o poder de compra do brasileiro aumentou, houve o surgimento de muitos produtos novos (de eletrodoméstico a perfume) e isso tudo levou ao fortalecimento do comércio em uma escala muito grande.
E o rádio foi o principal veículo a levar o povo ao consumo dessa produção ampliada. 

Todas as grandes e médias empresas precisavam anunciar. Com isso as emissoras de rádio se profissionalizaram mais, passando a oferecer um aumento grande na quantidade e qualidade de seus programas.
De manhã à noite lá estava o garboso aparelho (com seus chiados e um monte de válvulas) transmitindo, dentre outros, as radionovelas, noticiários, programas musicais, humorismo, e programas de auditório. E, lógico, os jingles com suas musiquinhas curtas e letras simples (alguns ainda na memória de muita gente). Quem não se lembra do jingle do Melhoral (" ... é melhor e não faz mal"), das Casas Pernambucanas ("não adianta bater, que ...") ou do Óleo Maria ("ô Maria, sai da lata ...").

Abaixo, um aparelho de rádio dos anos 50, que certamente levaram aos"rádio-ouvintes" os grandes (e pequenos) acontecimentos da época e as alegres (e tristes) notícias do "país e do mundo".





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A Rádio Nacional


Perto de completar 74 anos de idade, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro se mistura com a história do Brasil. Se não bastasse o rico acervo cultural, a emissora é privilegiada: fica no coração da Praça Mauá, onde os governos estadual e federal vão desenvolver um megaprojeto de revitalização, que inclui a zona portuária. 

A rádio ocupa três dos 22 andares do edifício A NOITE, o primeiro "arranha-céu" da América Latina, que também passará por uma ampla reforma, pois já apresenta sinais dos seus 81 anos.

Ali no alto, com vista panorâmica da cidade, é que a Rádio Nacional continua escrevendo sua história e se adaptando aos novos tempos. Um dos diversos veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a Rádio Nacional nasceu em 1936, usufruindo dos bons ventos da economia. Naquele período, o país atraía investimentos estrangeiros e empresas multinacionais que traziam equipamentos de última geração. O ex-presidente Getúlio Vargas a transformou na rádio oficial do Governo brasileiro. 

Ao longo de sua vida, a Rádio Nacional serviu de palco para jornalistas e diversos artistas que, em suas salas e auditórios começaram suas carreiras. Entre eles, os atores Paulo Gracindo e Mario Lago e cantores como Angela Maria, Cauby Peixoto, Luiz Gonzaga e sua sanfona "arretada", Emilinha Borba e Marlene. E a voz transparente e inconfundível de JAMELÃO, entre tantos outros...


                        





A Rádio Nacional ocupa os três últimos andares do edifício 'A Noite' na Praça Mauá 



Um pouco da história

A Rádio Nacional se tornou líder de audiência desde a sua fundação. Manteve-se no topo até o aparecimento da TV, que passou a controlar os novos rumos da comunicação. Ainda no ano de sua estreia, a rádio levou ao ar as primeiras cenas de radioteatro intercaladas com números musicais. Em 1938, foi criada a Voz do Brasil.

Já no ano de 1941, a Rádio Nacional estreou a primeira radionovela do país, chamada "Em busca da Felicidade". Em 42, inaugurou a primeira emissora de ondas curtas, o que deu a ela um novo status, elevando os programas a uma dimensão nacional. Ficou conhecida como "A escola do Rádio", o que por si só dá o tamanho de sua importância histórica.

A rádio também “fabricava” programas de humor como: “Balança mas não cai” com Paulo Gracindo, Brandão Filho, Walter D’Ávila, entre outros. Sem contar o “PRK-30”, que simulava uma emissora clandestina que invadia a freqüência da Rádio Nacional e parodiava outros programas - até mesmo da própria rádio - além de propagandas, cantores e músicas.

A Nacional foi pioneira, ainda, no radiojornalismo. Em 1941, durante a II Guerra Mundial, criou o Repórter Esso. Ele foi elaborado para noticiar a guerra sob a visão dos aliados e acabou criando um padrão inédito de qualidade no radiojornalismo brasileiro que, até então, limitava-se a ler no ar as notícias dos jornais impressos.

O Repórter Esso estreou um modo austero e preciso de noticiar, servindo de modelo para outros inúmeros programas de notícias que se seguiram, até mesmo na televisão. Ficou no ar até 1968 com o slogan: “testemunha ocular da história".





                       Auditório lotado durante o 'Programa Paulo Gracindo' 



Casos e lembranças

A credibilidade do noticiário era tão grande que enquanto o Repórter Esso não deu a notícia do fim da guerra, o público não acreditou. Segundo relatos de funcionários antigos um jornal até publicou: “A guerra só acabou depois que o Repórter Esso noticiou”.

Conta-se que, quando Getúlio Vargas morreu, Vitor Costa (então diretor da rádio) copiou a carta testamento e a levou para ser lida em primeira mão por Eron Domingues, o locutor que deu voz ao jornal. Só depois desse fato é que, com as informações corretas sobre suicídio de Getúlio, dadas pelo Repórter Esso, a população foi para as ruas.

A radialista Dayse Lúcidi, que mantém há 38 anos no ar seu programa diário “Alô Dayse”, comenta sobre o profissionalismo da Rádio Nacional. “Constantemente Leonei Mesquita, diretor de jornalismo da rádio nos anos 60, alertava repórteres e locutores: “se vocês derem que morreu alguém, essa pessoa vai ter que morrer mesmo”.

De 1930 até o final de 1950, o rádio possuía um enorme "glamour" no Brasil. Ser artista ou cantor de rádio era um desejo acalentado por milhares de pessoas, especialmente os jovens. Pertencer ao "cast" de uma grande emissora como a Rádio Nacional era suficiente para que o artista conseguisse fazer sucesso em todo o país e obtivesse grande destaque e prestígio.




Os truques de sonoplastia 

Os seriados "Gerônimo, o herói do sertão" e "O Sombra" ficaram famosos pela criatividade e imaginação dos contra-regras. O estúdio e técnica do radioteatro, ainda hoje no 22º andar do edifício A Noite, guarda inusitados aparelhos que simulavam diferentes efeitos sonoros. Vale citar o som de soldados marchando numa parada de sete de setembro; o apito de navio saindo do porto; passos na calçada; carroça andando e muitos outros.

Djalma lembra que, certo dia, Floriano Faissal, conhecido diretor de radioteatro, queria simular o som de um bebê chorando ao lado de um formigueiro, mas não sabia como fazer. Passando por uma farmácia, Djalma teve a idéia de usar um sonrrisal se dissolvendo na água para fazer o barulho das formigas e juntou a isso o som do choro. A cena foi um sucesso.





                           Visão geral da sala de sonoplastia das radionovelas 



Nos dias de Hoje

A Rádio Nacional foi revitalizada em 2003. Um convênio com a Petrobras foi fundamental para recuperar grande parte de sua história. Os três últimos andares do prédio de número 7 da Praça Mauá estavam praticamente inabitáveis. A emissora conta hoje com três estúdios para gravação de programas diários de entretenimento, música, informação e esporte. Além deles, o auditório Radamés Gnattali (170 lugares) e o estúdio Paulo Tapajós formam um conjunto para apresentação e gravação de programas ao vivo, como o de Dorina Ponto Samba e peças teatrais.

Ali também está guardada uma relíquia: um piano de calda Steinway & Sons, um dos três únicos exemplares existentes no mundo. Não é raro presenciar o espanto e a admiração de diversos músicos que não resistem aos encantos do velho piano alemão. Até param para dedilhar uma melodia nas teclas gastas do instrumento. Também resiste ao tempo a parede de vidro, importado da ex-Tchecoslováquia, que separa um auditório do outro. A peça chegou de navio em 1936 e precisou subir pelo lado de fora do prédio por cabos de aço, sob o olhar espantados de quem passava.



O acervo da Rádio Nacional abriga 24 mil LPs de 33 rotações, 3.850 compacto simples e 1.800 LPs de 78 rotações. Sem contar os 3.500 discos de acetato que já estão digitalizados. O arquivo contém ainda quase 1.500 fotografias, 595 registros de textos - somando aproximadamente 459 mil páginas - usados nas novelas de rádio, programas de auditórios, radioteatros e outros. Outra parte desse material encontra-se no Museu da Imagem e do Som, no Rio de Janeiro, com o nome de "Coleção Rádio Nacional".
Passear pelos corredores da emissora é mergulhar na vida de personagens que fizeram história. Atores como Walter D`Ávila, Oduvaldo Viana, Paulo Gracindo e Henriqueta Brieba. Nas fotografias estampadas nas paredes podemos lembrar destes e de tantos outros que ainda estão tão vivos na memória musical dos brasileiros. Orlando Silva, Emilinha Borba, Marlene, Ângela Maria e Cauby Peixoto são só alguns dos vários nomes que estão na entrada do foyer da Rádio.










   Engraçado ... Não sei porque hoje me surgiu essa inspiração sobre o rádio, acho que foi por causa dos momentos bons que ele nos proporcionava e das lembranças de que um dia nos reuníamos em família para ouvir algo, e nos sintonizarmos em coisas positivas...Acho que isso foi o que eu realmente tenho como memórias de "ser família"...

Até hoje, quando acordo a primeira que coisa que faço, ao me levantar é ligar o meu aparelho de rádio: Eh Sardade!!!!!!






Referências:

1- http://www.anosdourados.blog.br/2010/08/imagens-velharia-radios-antigos.html

2- http://paginas.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/6o-encontro-2008-1

3- http://www.anatel.gov.br/Portal/exibirPortalInternet.do

4- http://tvbrasil.org.br/saladeimprensa/radionacional.asp



Arquivo de fotos



Cabine telefônica, na qual o diretor da Rádio falava com as autoridade e os ouvintes em geral




                                   Entrada principal - foyer .





                              Apresentação da famosa Orquestra Tabajara

P.S: Tinha que contar: fazíamos uma brincadeira de adivinhar a próxima música e o cantor, que quem ganhasse poderia exigir dos outros serviços domésticos entre outros...

                                          kikikiii..........             besos

2 comentários:

  1. Não sei se foi em 1967 não tenho certeza, montei um rádio valvulado em um curso chamado rádio reparações, na escola técnica, hoje UTFPr. Eu estudava durante o dia e a noite fazia este curso, na época nem se falava em rádio transistorizado. Foi um aprendizado e tanto. Durante a minha carreira passei da era das válvulas depois transistores, mais tarde circuitos integrados, computação até as tecnologias existentes hoje.
    Existem muitos equipamentos de som caríssimos que utilizam válvulas, dizem os saudosistas que é bem melhor.
    Beijos!!!

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  2. Lembro que meu pai ouvia a vós do Brasil todos os dias, para obter a cotação dos produtos agrícolas. Lembro também que eu desmontei a radiola Philips que meu pai tinha, isto antes de eu enfrentar a Escola Técnica, minha mãe queria me dar uma surra, mas meu pai não deixou, eu lembro que ele disse "deixa que é bom para aprender".
    beijos.

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Até a próxima postagem! ABRAÇOS FRATERNOS ...

A vida segue seu fluxo ... Nada muda sem que você não permita!

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