sexta-feira, 31 de agosto de 2012

cap.3 - As maiores inimigas na superação duma crise são a apatia e a tentativa de transferir a responsabilidade de solucioná-la a terceiros. A dura travessia do Oceâno Atlântico - os dias de viagem chegavam a quase sessenta... os recursos se escasseavam...fome e terror era o que vivenciávamos...

  
  Para que, eu pudesse entender todos aqueles acontecimentos anteriores a mim, no qual meus antepassados viveram até chegarem ao Brasil - precisei ir mais fundo ...e, descobri algumas coisas interessantíssimas,e, tristes episódios , no qual exponho agora...                Viajemos nelas!!!                                                                                                              
"Numa situação de crise é importante que a pessoa consiga organizar o caos, separando o que deve ser feito primeiro e o que pode ser deixado para depois". 




Os fatos anteriores à imigração
Os alemães enfrentavam grandes dificuldades em sua terra, fato esse que propiciou,com que  migrassem, para regiões no leste  europeu, principalmente em direção à Rússia,  para aproveitar a oportunidade oferecida  por um império em expansão.(1) 
O término da Primeira Guerra Mundial causou situações inesperadas, e contrárias, a tudo o que lhes era facultativo, quando se propuseram a ir morar naquelas terras.Agora, os tempos tornaram-se , de muitas dificuldades para os alemães que estavam na Rússia. 
Apesar de terem lutado no exército russo e alguns morrido durante as batalhas ao lado da campanha russa, eles foram acusados de espionagem e sabotagem
O idioma alemão foi então proibido nas escolas e igrejas, além dos jornais em língua alemã. Inúmeros alemães-russos foram deportados para a Sibéria por “crime contra o estado”.
Entrementes, a situação dos alemães ficou extremamente difícil devido  à política da 
russificação‖ por parte do governo, milícias nacionalistas e instalação de guerras civis. Por fim, após a primeira guerra mundial, quem não migrou a tempo foi literalmente expulso das suas terras.
Tanto fazendeiros quanto pequenos agricultores, vendo-se expoliados de seus direitos, resistiram como podiam à tamanha barbárie. O poder, incensível e autoritário, violentou os proprietários recalcitrantes, mandando-os a campos de trabalho forçado, quando não os eliminava sumariamente à menor demostração de rebeldia. Era o terrível expurgo [...]. Foi uma ruinosa fase de fome e doenças, onde os fantasmas da miséria se tornavam horrivelmente reais [...] a morte se integrou ao ambiente russo [...] num país em que (anterior a revolução), pelo menos, a comida era farta e variada.

Tentaram construir o sonho de uma vida melhor e o futuro de seus filhos, já que na 
Alemanha reinava o excesso de contingente, a escassez de alimento e  falta de emprego. 
O excedente populacional, a falta de terra, a fome, conflitos regionais, entre outros, foram fatores que facilitaram o recrutamento de milhares de alemães e outros europeus para povoarem o centro norte do Estado do Rio Grande do Sul.
Os portugueses haviam se estabelecido no sistema latifundiário das sesmarias, mais na  área de vegetação rasteira dos pampas,  onde criaram  gado; faltava povoar a parte norte do estado, cuja maior parte das terras estava cobertas por densas florestas.


A travessia exigia mais do que coragem: determinação e necessidade para enfrentar de pé todas as adversidades as quais o percurso lhes colocava à frente

Naqueles recuados tempos, a travessia do oceano, em navio de pequeno calado e de
precárias acomodações, era sempre ousada, perigosa e, por vezes, dramática
Balançando sobre as ondas e vagalhões do mar, lutando contra as borrascas e sofrendo os
fortes calores da passagem pela linha equatorial, a embarcação levava de trinta e cinco a quarenta dias para chegar-se à praia. A maioria dos passageiros adoecia. Não raros eram os casos fatais. Uma vez em terra firme, os imigrantes tinham de fazer um estagio de aclimatação, nos barracões, do Rio de Janeiro, antes de serem encaminhados para as colônias a eles destinadas.

Tudo não passara de propaganda enganosa


Para atrair imigrantes o governo brasileiro contratou agentes recrutadores, os quais 
faziam propaganda do Brasil na Europa, para atrair o maior número possível de agricultores.

Na Europa se dizia que no Brasil existe terra abundante para todos,  que o governo facilita a 
entrada no país, a viagem e a posse de uma colônia por família; dizia-se também que havia 
abundante madeira para construção, que a terra era fértil e tudo que se plantava crescia e dava boas colheitas, não fazendo tanto frio como na Europa, etc.

Logo perceberam que era bem diferente da propaganda. Havia ocasiões em que foram literalmente enganados, como escreve Wiliam Verlang sobre a colonização de Santo Ângelo do Agudo (atual Agudo):[...] os colonos haviam sido enganados, pois se lhes afirmara que desembarcariam em Santa Cruz para onde constava que seriam destinados.

 Ao aproximarem de Rio Pardo, disseram-lhes que, devido à cheia do Rio Jacuí, teriam de ir adiante. Ao chegarem ao Cerro Chato, passo sobre o Jacuí, onde deviam desembarcar, os colonos relutaram, tentando revoltar-se [...]. Então a tripulação do vapor fê-los sair a força [...] quase loucos de terror, vendo-se naquele deserto [...] os colonos queriam voltar novamente [...] enquanto o vapor largava, deixando-os a sós. Do Passo para o lugar foram transportados em carretas (de bois)!

Fatos históricos conhecidos do sul do país antes da vinda do imigrante. 


Quem conseguiu migrar para o Novo Continente se viu livre de tais ameaças, que passavam com aqueles que ainda se encontravam em terras distantes?...
Junto a estes chegaram também um menor percentual de alemães da Alemanha, que passaram a conviver juntos.  Indubitavelmente, ao chegar ao sul do Brasil, se depararam com novos problemas. Um lugar de selva, sem estradas, casas, comércio, indústrias, escolas, hospitais, etc. Como sobreviver esses desafios e construir o futuro de seus filhos?

Atraídos pelos incentivos do governo brasileiro, os alemães vieram na esperança de constituir uma vida melhor, num lugar onde haveria fartura de terra, alimentos e futuro promissor.
Mas a vida por aquelas instâncias, não tinha o real aspecto que anunciava o governo -


Foram relatados, a  decepção dos imigrantes, quando descobriram, ao desembarcarem no solo gaúcho, que se tratava de uma grande região de difícil acesso, devido à falta de infra-estrutura como estradas, pontes, transportes, indústrias e comércio. Somava-se a isso as grandes distâncias, que  se gastava dias para serem percorridas. 
As experiências, foram amargas, especialmente nos primeiros anos da ocupação de sua colônia. Além de enfrentar a exuberante floresta, tiveram que vencer todas as dificuldades que apareciam. Sem dinheiro para voltar ou  comprar uma colônia já cultivável, o desafio era resistir  e lutar até vencer.  A pobreza e a miséria horrorizavam  em  muitos lugares. 

O abandono e o descumprimento das promessas por parte do governo também causavam grandes transtornos.Sozinhos em terras desabitadas, sujeitos à sua própria sorte, sem infra-estrutura, e parcos recursos, logo sofreriam variadas situações , caos e agravos demasiados...Embora tivessem sua religião, se viam amparados por pessoas de outras religiosidades, mas que se colocavam muito próximos. 

Os pastores e missionários, com raras exceções, empreenderam todo esforço para amparar essas pessoas. Quando a miséria e as adversidades estavam instaladas, o pastor muitas vezes era o único que se importava com pessoas e tinha uma palavra de alento.
Veja o relatório enviado à Alemanha ―do pastor Michael Haetinger, de 1892‖ que 
Osmar Witt transcreve em seu livro:

[...]  os queridos conterrâneos (imigrantes) acreditam cegamente nas cartas atraentes, mas em grande parte mentirosas, dos atraentes de imigração e deixam sua velha pátria cheios de esperança de enriquecerem rapidamente  e serem felizes no Brasil.  – Já a primeira viagem acarreta decepções amargas, e mais ainda a chegada e o alojamento em barracões nas cidades portuárias.(4)

Mas a tristeza aumenta mesmo durante a viagem rumo às colônias recém instaladas. Da última estação de trem em diante, a maior parte dos recém-chegados ainda tem que viajar 
dois ou três dias de carreta de bois, passar as noites sob céu aberto [...] Cansados e 
também desanimados, eles chegam finalmente ao último ou penúltimo barracão. 
[...] Nessas condições, quem ainda tem dinheiro compra mantimentos para si e sua 
família. A provisão, entretanto se esgota muito depressa, e, antes que as famílias 
tenham sua colônia, o último vintém já foi gasto. Agora, sim, começa de verdade a 
amarga miséria. Sem dinheiro, sem carne  e pão [...] Se, além disso, as crianças 
adoecem, elas acabam definhando e morrendo; e como é doloroso para os pais ter 
que negar tantos pedidos de seus filhos!
 [...] Após chegar nas colônias, na mata,distantes de 1 a 6 horas do núcleo urbano, eles têm de se apressar em construir uma cabana para ter um abrigo.
 Montam um telhado com paus, cobrem-no com folhas de palmeiras, cacto silvestre ou feto, colocam um pedaço de pano de saco na entrada e está pronta a moradia.  – agora começa o trabalho de desmatamento; todos os que têm braços fortes precisam ajudar. [...] 
Se ainda acontece de o pai ou a mãe falecerem devido a uma desgraça ou doença, então a medida da pobreza e da aflição fica cheia. A dor de muitos pobres, suas lamentações e lágrimas são de cortar o coração.

Sem Centros de saúde para tratar dos enfermos nas comunidades, as pessoas dependiam de Deus para a sobrevivência, ajudavam-se mutuamente, faziam mutirões para socorrer os menos favorecidos; aquelas pessoas, tendo que se adaptarem a novos desafios, numa terra distante e diferente em muitos aspectos da sua, encontraram ajuda em grupos de missionários de origem cristã. 
A forma com que conseguiam se entrosar era  a socialização, e a buscar ajuda para as situações de saúde, e outras carências que enfrentavam, e a quebra do isolamento nas florestas, tendo a oportunidade de realizar cultos e programas sociais na língua alemã.   
No seio da igreja surgia a solução para a alfabetização dos filhos, a  construção do 
cemitério, melhoramento das vias de acesso e construção de capelas.

Culto e cultura: espiritualidade com identificação antropológica
“Cuidar do espírito significa cuidar dos valores que dão rumo à nossa vida e das 
significações que geram esperança para além da nossa morte [...] implica colocar 
os compromissos éticos acima dos interesses pessoais ou coletivos [...] cuidar do 
espírito demanda alimentar a brasa interior da contemplação e da oração para que 
nunca se apague [...] significa cuidar espiritualidade experimentando Deus em tudo 
e permitindo seu permanente nascer e renascer no coração [...].”(5) 

Por meio da Igreja quebrava-se o isolamento na mata.A igreja concedeu a oportunidade para que um grupo étnico, que teve sensação de peregrino em terra estanha, pudesse ter sua identificação pela língua:
[...] a língua foi utilizada como um fator de identificação cultural [...] Um povo 
desalojado de sua pátria de origem por razões econômicas, onde a religião era 
professada de forma diferente, faz da língua o grande vínculo de identificação, por 
isso nessas comunidades a língua alemã era falada [...] na igreja.
Os colonos vivendo em terras, tão distantes de suas origens, sem amigos, exceto aquele grupo que permanecia juntos, procurava elementos que o consolassem, e o trouxesse encorajamento para prosseguir naquelas circunstâncias tão depreciativas, e com pouquíssimos recursos sociais, filosóficos, religiosos,e culturais... além de terem que enfrentar perigos decorrentes das condições da natureza, zoonoses, grandes animais, cobras, enfermidades variadas tropicais, e falta de desgovernos, que lhes garantissem questões mínimas para a sobrevivência.A grande quantidade de animais peçonhentos e insetos, moléstias e outros inconvenientes deixavam muitos enfermos e mortos. As pessoas não tiveram atendimento médico, pois esse inexistia. Uns ajudavam aos outros com o que abiam. 
Viktor Frankl, no seu livro ―Em busca de sentido: um psicólogo em campo de 
concentração‖ aborda a questão existencial humana.
Se uma pessoa sofre da falta de sentido de viver, é por que está psiquicamente enfermo. Sofre de  ―neuroses noogênicasTal enfermidade psíquica se instala quando o indivíduo sofre uma ou diversas frustrações e não encontra respostas ao seu sofrimento.(6) 
O psiquiatra Frankl fala com propriedade, baseado na experiência própria e de companheiros sobreviventes: ―Para quem entrega os pontos como pessoa, por não mais conseguir apoiar-se num alvo futuro, [...] acaba desembocando numa forma de existência retrospectiva [...] se presta para depreciação do presente com seus horrores.O perigo de desistir está no entregar-se à revelia e abrir mão de criar situações de sobrevivência. É um abandono de si mesmo. É não alimentar a perspectiva de futuro.(3)

Nas novas colônias, os primeiros anos foram extremamente árduos
Nas novas colônias os primeiros anos foram extremamente árduos:

“[...] ali podiam contar somente consigo mesmos e com a solidariedade dos 
vizinhos. As estradas eram poucas [...] teriam de ajudar a abri-las. Escolas para os 
filhos não havia; teriam de fundá-las [...] teriam de começar da estaca zero. A 
dispersão e o isolamento foram desafios [...] sendo também causas de uma vida 
rude.
” Para o colono, que se via condenado a uma vida de lutas com muito trabalho, sem 
incentivo e monótono,  pertencer à igreja e poder freqüentar os cultos não se resumia em 
cumprimento de tradições cristãs".
Era um fortalecimento vital para enfrentar e vencer as dificuldades de uma vida rude e do tédio do dia-a-dia. Pessoas testificaram que pela igreja puderam ter sua fé renovada, sentiram a manifestação da glória e do poder de Deus.

Existe um provérbio popular em Novo Machado/RS que diz: ―à primeira geração (os 
imigrantes) à morte; à segunda, à necessidade; à terceira, o pão‖ (tradução nossa). 

É a realidade das gerações. As novas gerações não têm noção com que dificuldade os 
antepassados construíram o futuro, que hoje se desfruta.

[...] grande massa de imigrantes que chegam aqui quase todos sem recursos e que 
foram expulsos da sua pátria devido à real miséria lá existente. Eles tentam 
comprar um pedaço de terra [...] e, como não têm dinheiro para comprar terra nas 
colônias velhas, dependem de terras do governo. Eles se dirigem ao poder público 
a procura de terra e este, prontamente, dá a cada um uma colônia, com a condição 
de começarem imediatamente a construir uma moradia e derrubar o mato. [...] O 
governo não dá a terra de graça, mas a um preço extremamente barato, em geral 
[...] pagáveis após cinco anos. Não são cobrados juros [...], mas apesar disso não é 
nada fácil [...] Ali não há caminhos, nem pontes, a gente não vê nada além de mato 
impenetrável e não se  ouve nada além de machadadas e do barulho de árvores 
caindo. Michael Haetinger, de 1892‖ que Osmar Witt transcreve em seu livro:(4)


A utopia das promessas por parte do governo

É difícil entender porque os governantes demoraram tanto para atender as 
comunidades e prover o mínimo de infra-estrutura, se o interesse era deles também. 
A falta de vontade política para melhorar a vida das pessoas é um problema antigo no Brasil. As histórias se repetiam e por toda parte eram idênticas. 
Desde a chegada dos primeiros colonos em São Leopoldo e com todos os demais nas outras regiões.Mas desconhecíamos todas essas situações , e a saída da Alemanha, nessa hora, para nós, representaria, uma última tentativa de sobrevivência! Pensando nestes termos, aqui chegamos.
O imigrante compreendeu finalmente que, nas circunstancias e situações em que 
fora colocado – realmente difíceis – somente poderia vencer melhorar as condições 
de vida das gerações vindouras através de um melhor nível cultural. 
Tratou, portanto, desde logo, de fundar [...] escolas, que, embora revelassem as 
características étnicas de sua procedência, foram construídas por sua livre e 
espontânea vontade.

“Todos nos sentimos ligados e religados uns com os outros, formando um todo 
organico único, diverso e sempre includente [...] ocorrem resistências e emergem 
perplexidades. Mas elas são superadas pela paciência perseverante.
No lugar de agressividade, há a convivência amorosa. (7)

Em vez da dominância, há a companhia  afetuosa, ao lado e junto com o outro. [...] Juntos constituem a integralidade da experiência humana, por um  lado, ligada à materialidade e, por outro, à espiritualidade.” 

  Para refletir
* Só nós humanos podemos sentar-nos à mesa com o amigo 
frustrado, colocar-lhe a mão no ombro [...] e trazer-lhe consolação e esperança. Construímos o mundo a partir de laços afetivos. Esses laços tornam pessoas e as situações preciosas, portadoras de valor.(8)


"a verdadeira religião é a alimentada com uma paixão subjetiva, onde Deus não é um objeto de conhecimento, mas de experiências. Não uma expressão de nossos desejos(...)"(9)

“Cuidar do espírito significa cuidar dos valores que dão rumo à nossa vida e das 
significações que geram esperança para além da nossa morte [...]
implica colocar os compromissos éticos acima dos interesses pessoais ou coletivos [...] cuidar do espírito demanda alimentar a brasa interior da contemplação e da oração para que nunca se apague [...] significa cuidar da espiritualidade experimentando Deus em tudo e permitindo seu permanente nascer e renascer no coração [...].”(10) 

Referências:
1. http://tede.est.edu.br/tede/tde_arquivos/1/TDE-2010-04-08T090505Z-186/Publico/busse_v_tmp102.pdf

2. http://www.psicoacao.com/2008_12_01_archive.html

3. http://www.brainyquote.com/quotes/authors/v/viktor_e_frankl.html

4.http://books.google.com.br/books?- WITT, Osmar Luiz. Igreja na migração e colonização/ Sinodal. São Leopoldo. 1996

5.   http://ecopedagogiars.blogspot.com.br/2010_08_01_archive.html        /http://www.remea.furg.br/edicoes/vol17/art7v17a16.pdf

6.    http://www.luizmaia.blog.br/hpana/c/cuidado1.htm/

7.   http://revista.ibict.br/inclusao/index.php/inclusao/article/view/6/11

8.  BOFF, Leonardo- Saber cuidar - Ética do humano-compaixão pela terra.

9.  ALVES, Rubem- O enigma da religião. Petrópolis: Vozes, 1975, p. 7-30.

10. BOFF, Leonardo- Saber cuidar - Ética do humano-compaixão pela terra. 


                    Foi bom revê-los... 
                       Não percam os próximos episódios... 
                                          abçs...






quinta-feira, 30 de agosto de 2012

cap.2- Trouxera três livros... um rádio de pilhas... meu jogo de xadrez e poucas roupas...



     O dia começara a clarear, o balanço das máquinas e o ruído eram fortes e estridentes... a saudade era o que de pior me machucava, mas na verdade, não conseguia descrever do que sentia saudade... da casa... dos brinquedos... dos amigos ... da escola... dos bolos que minha mãe fazia, nos dias de sábado? 

     Eram tantas lembranças, que ficava dificel compreender aquele momento. 


     Procura fechar os olhos, pois quase não dormimos na noite anterior, tamanho burburinho, que se transformara nossa casa, com os preparativos mínimos para a viagem. 


     Meu pai consultara mapas... minha mãe as revistas e... os sonhos de uma jovem mãe e mulher que tivera todas as dificuldades, com as quais não se podia prever, mas que encontrara nessas dificuldades - vários motivos para prosseguir, com resignação e fé!. 


    O rabino Alev Samuel, demonstrava preocupação com o trajeto, e as investidas que podería nos acontecer, como se em sua cabeça, houvesse um filme, do que poderia estar a nossa frente.... os mais idosos, demonstravam fé e confiança, e nós as crianças, detinhamos no futuro, como querendo visualizar que ainda veríamos dias melhores...e que construiriamos com nossas próprias mãos o que de bom nos esperasse.


    Sentado no banco, quieto,olhos semi cerrados, pude perceber na face dos meus pais - a preocupação e o medo de que nossa viagem, não pudesse ter o fim a que esperavamos... 


    Pensei nesse momento: Estaríamos indo para o fim, ou para o futuro, e um novo começo?


    Foi quando minha mãe, sussurou: Estamos indo para a esperança, a felicidade, e uma nova vida! Diante daquelas palavras me encostei ainda mais no seu peito,a me aconchegar do frio, dar rajadas de vento...e dos infortúnios aos quais me passavam pela cabeça, foi quando ela completou: Tudo vai dar certo. Pode confiar!


   Depois disso - adormeci, confiante, pois sabia que ela, minha mãe, jamais mentiria para mim... ou melhor: Ela nunca mentiu pra ninguém....muito menos mentiria hoje!


   Meu avô, abrira um livro, e mostrou uma carta de um parente seu que vivia há alguns anos em Novo Hamburgo. Era uma fotografia já amarelada, mas que mostrava pessoas felizes, em frente a uma casa simples de campo, porém espaçosa, e com a presença de flores ao redor.


   Vi os rostos de minha avó, minha tia e mina mãe, sorrirem naquele momento.


    Já estávamos distante de nossa cidade, segundo os mais velhos, e houve a primeira parada numa estação... aproximadamente depois de umas 3 horas de viagem paramos.


   Pediram que não saíssemos do vagão, que era para não perdermos os assentos, e não correr o risco de sair a locomotiva faltando alguém. 


   Eu quis ir ao banheiro, e meu pai disse vem por aqui... Levou-me ao final do vagão, me apontando uma porta estreita. 


   As janelas estavam quebradas, e olhei do lado de fora.


   Vi inúmeros soldados gesticulando com os funcionários da linha férrea.. e pedindo documentos dos passageiros, certamente isso iria atrasar um pouco a viagem, mas nada poderia ser feito, era preciso manter as aparências de que estávamos calmos.


   Todos tinham que demonstrar respeito, e cumprir as ordens estabelecidas pelo novo regime.


   Depois, quando saí do wc, percebi a presença de soldados nos vagões, revistando as malas de mão... olhando os conteúdos debaixo dos bancos, e pedindo para ver dentro das botas de todos... ia obedecer quando meu pai me puxou, mandando que me dirigisse a minha poltrona ao lado de minha mãe. Enquanto ele e os outros homens tiravam suas botas.


  Minha tia Rosa, era muito menina, e desvia o olhar dos guardas, mas vimos que um a puxou para fora do vagão, foi quando houve uma ameaça de reboliço, mas alguém pediu que mantivéssemos a calma, se não a viagem acabaria por ali.


  Ela foi puxada para o lado de fora da máquina, e teve que entrar num casebre a beira da linha com mais dois soldados... com divisas no ombro.. isso demorou uns quinze minutos... enquanto os demais soldados saqueavam os bolsos dos passageiros... depois disso percebi a demora no maquinista em querer sair do local , dizendo que a lenha esfriara, e que seria preciso aguardar a máquina voltar a funcionar... foi quando percebemos que soltaram a minha tia, rindo os dois miseráveis, enquanto , ela vinha com os cabelos desarrumados, e os olhos vermelhos, com parte de suas roupas rasgadas! Miseráveis homens do inferno. Gritaram algumas pessoas, enquanto minha avó a puxava para seu lado , e escondia seu rosto, acariciando-a...Não foi nada: Já passou!


   Algumas moças ofereceram outra saia... e a levaram até o toalet feminino... enquanto a máquina dava suas baforadas , e saía dali.


   Em outras épocas, nossos finais de semana, eram repletos de paz e de alegria.. tínhamos tudo o que desejávamos, e embora, não fóssemos ricos, nossa casa, era bem confortável, e meu avô tivera um hotel com 16 apartamentos muito bem decorado, pelas nossas mulheres exímias bordadeiras, elas enfeitavam cada cantinho dali, com suas toalhas e seus bordados...


   Havia na sala principal um piano de cauda, que era o local favorito de minha mãe... sempre ela nos alegrava com seus tons melodiosos e sonatas, belíssimas... a dança era uma prova de que estavamos felizes, e nesses encontros nos fartávamos de dançar, segundo as nossas tradições.

    


   O novo país, seria a nossa nova pátria(?!), e a ela deveríamos ter o mais profundo carinho, eram as palavras do meu avô... construíremos nossos sonhos novamente... e mostrava mais fotos de imigrantes já estabelecidos, em que diziam que o governo precisava de pessoas dispostas ao trabalho, e que a elas seriam distribuídas terras para plantarem e semearem...e que se o povo se unisse e viessem dispostos a trabalhar verdadeiramente, a terra os abraçaria como uma mãe, abraça ao filho que nasce!!!por essas palavras conseguimos sorrir, apesar do episódio sucedido... Iríamos sim, havia respondido meu avô, aos seus, chegaríamos somente com o nosso labor, e construiriámos uma nova sociedade fiel, organizada e disposta a colaborar com o povo daí, desde que nos acolham, com nossos filhos, mulheres, histórias e com o nosso reconhecimento a quem nos esticava a mão... encontrariam novos parceiros, e amigos fiéis.

   Numa desses fotos, apareciam um casal bem novinhos, que se chamavam Edith e Frederico.... chegaram alguns anos antes, recém casados, e logo se adaptaram por aqui... eles nos incentivavam a virmos, há bem tempos antes... mas só agora que realmente eles (os mais velhos e sábios) se propuseram a irem embora da Alemanha...ainda que, de certa forma com lágrimas nos olhos, mas esperanças no peito... e a alma ciente das lutas... dos dias difíceis, e do labor que teriam pela frente... mas mesmo assim com esperança num novo porvir!


   No rádio do trem , novas notícias impacientavam a todos: diziam que novos ataques estavam acontecendo em cidades próximas a nossa, com a queda do regime local, e uma nova aliança, realizada com tropas do novo Governo...e, que pessoas que resistiam estavam sendo mortas  bem dentro de suas casas, ou de seus locais de trabalho... escolas haviam sido incendiadas com crianças estudando, e as Sinagogas, foram derrubadas, ficando proibido o culto, de outra religião que não fosse a dos ocupadores austríacos...


   Apertei a mão de meu pai...e ouvi dele a recomendação que orassemos o Salmo numero 23, o que nos colocamos com o pensamento voltado diretamente para os trechos do Velho Testamento -



Liturgia judaica

Salmo de Davi. O Eterno é meu pastor e nada me faltará. Far-me-á repousar em pastos verdejantes e me conduzirá por um lugar de plácidas águas. Minha alma será restaurada; guiar-me-á nas veredas da justiça por amor de Seu Nome. Se tiver que seguir pelo sombrio vale da morte, não recearei nenhum mal, porque Tu estarás comigo. Teu apoio depois do Teu castigo ser-me-ão por consolo. Diante de mim preparará uma mesa de delícias na frente dos meus inimigos. Ungiste com óleo de unção a minha cabeça e o meu cálice transborda de fartura. Unicamente a felicidade e a misericórdia me seguirão durante a minha vida. E o meu habitar será por longos dias na mansão do Eterno.





     Mas não se podia pensar que tudo nessa nova terra , seriam flores.... O Brasil - que fora a terra para onde viemos, passava por momentos de transformações também, e o Governo de um certo senhor chamado Getúlio Vargas - impusera normas para os imigrantes - 




E em 03 de Setembro de 1939 - Foi defragada a Primeira Guerra Mundial , França e Inglaterra decretaram guerra à Alemanha.

Imagens que encantam:


1- Locomotiva - era o primeiro brinquedo que todo menino ganhava de seus pais, logo que estes tinham condições de presentear.




2- Casarões - Quantas crianças que naquele tempo tiveram a perda de seus pais, e foram destruídos seus lares, agora contavam com a piedade de outras pessoas, quando em vez.



3- O imaginário voa livre - o passado aflora, e imagens passam a povoar os hemisférios quando deixamos que histórias povoem nossa mente.


4- os automóveis eram o que de máximo poderiam sonhar os meninos - 


5- As bonecas também deveriam povoar os sonhos daquelas alemãezinhas lindas.




  6- E era preciso navegar ... viver era preciso acima de todas as coisas.. . com um pé no futuro , e a cada dia acreditando que dias melhores ainda estariam por vir...   




                                                 Até a próxima postagem. Até amanhã.

Referências:

.http://pt.wikipedia.org/wiki/Salmo_23

http://papermau.blogspot.com.br/2012/06/redneck-motorhome-by-papermau-download.html

http://brincandodebonecas.blogspot.com.br/2008/03/bonecas-alems.html


       
                                                  Sua visita me deixa muito feliz!         
     
     

terça-feira, 28 de agosto de 2012

cap.1- O frio... as idas a escola - as cantigas que nos fazia não perder a esperança em dias melhores... as manhãs nebulosas... A presença sentida, mas não vista.... o beijo no rosto - e o carinho de um olhar .




     Era inverno, a neblina e o vento úmidos gelavam na alma; a ponta do nariz quase congelando, os dedos agarrados dentro dos bolsos, não sei se era de medo ou de frio, os pés pisavam ligeiros, nas ruelas congelados, afundando na densa neve...os mais velhos puxavam os mais novos.

     A fome - não deixava raciocinar, fazia com meu estômago, reclamasse por comida, mas não se podia falar nada, ora ou outra colocava o dedo na boca, para a salivação seca dar a impressão que receberia algo para comer... mas logo já não funcionava, pois a fome só aumentava...sem que eu falasse nada, minha mãe, tirava uma batata cozida com azeite e orégano, e um pedaço de pão molhado num pote com café com leite. e me oferecia...Santa providência...Santa mãe!!!

     Conseguíamos chegar à estação apressados, éramos um grupo, e uns ajudavam aos outros.

    Aquecia-nos ao mesmo tempo éramos aquecidos... agora o trem soltava baforadas de fumaça negra e um apito longo, prenunciava a hora da partida.
   O coração batia acelerado, as cenas vividas, embora somente com 10 anos era de provocar um choro calado, silenciosos, e saudoso....

     Percebi que minha mãe primeiro, depois meu pai olhavam na direção da nossa casa...e, deixavam descer sem resistência, uma lágrima, deixávamos nossa casa, nossos pertences, nossos sonhos... e nossa história para trás....
   
     O dia ainda não clareara de vez, olhei para meu relógio, que ganhara em meu aniversário, do ano anterior, e via embora com dificuldade pois estava embassado, que eram quase quatro horas da manhã.

     Vi ao longe, algumas pessoas novas, e algumas idosas que, tentavam correr para alcançar a locomotiva... mas não conseguiam, os que conseguiram alcançar a máquina, ainda foram resgatado por um alguém que já se encontrava no lado de dentro, mas não tinha como alguns idosos chegarem, faltara-lhes forças suficiente, mas mesmo assim, mandavam com que os mais jovens tentassem alcançar.... a maioria do que corriam ficavam pelo meio do caminho caídos, aqui e ali, conforme nos afastavamos dali, os víamos, de mãos esticadas, não havia mais ninguém por perto para ir ao seu alcance, e, eles acabariam morrendo, já havíamos alcançado certa distância, e a presença de cadaveres caídos  nas ruas, nus, ou semi-nus, sem sapatos, com certeza foram saqueados, e acabaram morrendo de hipotermia, pois o inverno, era glacial... me lembro, que minha mãe falara que as temperaturas ali onde morávamos eram as mais frias da Europa, e desde pequenino, acostumei-me a andar pesado, com luvas, cachecóis, e várias roupas, principalmente nos dias de aula.
    Minha mãe, lecionava, aonde eu estudava, mas não me dava aulas, porque a direção da escola não queria que filhos estudassem com os pais, para não corrompê-los, e descobrir quais as questões da prova que teriam que prestar.
    Assim, as séries eram distribuídas aos professores que não tivessem filhos naquele período. A lealdade e o carater, eram coisas aprendidas na escola, e em casa.

     Outrora, aqueles momentos que íamos andando para a escola, eram muito divertidos, e vez por outra chegávamos em cima da hora, porque eu e minha mãe Alice, brincávamos de fazer os mais rechonchudos bonecos de neve!... ao grupo, íam-se chegando outras pessoas, mães e crianças que estudavam nos mesmos lugares, e às vezes cantavámos pelo caminho, para espantar o frio, alguns homens que dirigiam-s e ao trabalho, também eram vistos dados a mãos aos seus guris..

    Meu pai, Paulo Baruch - era comerciante, como fora seus antepassados Isidor e Esther- e fabricava quase tudo que fosse de couro, ou napa, como sapatos, bolsas, cintos , carteiras, e também costurava peças de alfaiataria. Dizia que não podíamos aprender somente uma profissão , pois quando estivesse ruim os negócios em uma, deveríamos saber outros ofícios... e, quando chegava da escola, após o almoço, tinha que descer e ajudá-lo em suas funções, minha mãe, vendo-me com sono, às vezes dizia que eu tinha febre, e precisava ficar deitado, indo ela mesmo no meu lugar, o que o deixava desconfiado de nossa cumplicidade, mas em geral , eu só queria descansar 1 hora apenas, e logo descia , e a liberava , dizendo que o remédio que ela me dera fez passar a febre.

   Outras vezes, ela o convencia a não abrir a alfaiataria na parte da tarde, e se algum cliente precisasse de algo, o chamaria em casa... assim ele trabalhava até as 15 horas, e vinha almoçar, e descansava mais cedo.

   Mas, a Alemanha estava em crise, aliás o mundo estava passando por profundas transformações, e grandes mudanças, sempre significava grandes sacrifícios, de todos.

   Os alimentos começavam a se escassear, o leite já faltara, e quem se precaveu comprando leite em pó, agora teria o alimento à mesa, me lembro que uma amiga de minha mãe, bateu um dia de madrugada na nossa porta, porque seu leite acabara de secar, e ela não conseguia amamentar seu bebê, e nem seu filho de dois anos pudera mamar , o que o fazia chorar também, quando o menor começava...e, mamãe, a levou para dentro de casa, e ainda preparou um mingau para os três, além de mandá-la levar duas latas para seus filhos... mas não sem antes pedir minha permissão, pois minha dieta tinha que ter leite, como me recomendara meu médico, ela só me olhou...e, eu mesmo fui até a despensa, e contei quatro latas, trazendo duas na mão, e dando à pobre mulher. Ela quis pegar apenas uma, mas minha mãe, disse-lhe, uma é ele quem está dando ao bebê, e, a outra, sou eu quem dou ao mais velho.

   Nessa hora, seus olhos encheram-se de lágrimas, mas o sorriso a fazia ficar linda!
   Minha avó estava em pé na porta, com um casaco que acabar de tricotar, e também deu a mãe, dizendo que estava geando lá fora, e ela se embrulhasse bem, mas meu avô, levantou-se da cama , junto com meu pai, e já estava com a chave do nosso carro, para levá-los em casa, apesar de saberem que os soldados e tropas, faziam a ronda, e se encontrasse pessoas suspeitas, não se incomodariam em prendê-los, assim minha mãe , recomendou à moça, que se os parasse, dissesse que tinha vindo de sua casa, porque um de seus filhos ardia em febre... e fora pedir um analgésico.
   Assim esperaram apenas clarear um pouco, e saíram os três, enquanto nos preparávamos para iniciar o dia, e nossas atividades.

   Naqueles dias, todos deveriam se confraternizar, assim quando caía a noite, e as poucas luzes se acendiam na cidade, nos reuníamos em casa de algum amigo, pra falarmos de nossas esperanças, de Nosso Salvador, ler alguns textos do Torá e da Caballah.

    E, como  já não erá-nos permitido frequentar a Sinagoga, por ter sido fechada arbitrariamente, tínhamos por hábito realizar o Bar- Mitzavá, que era o ritual de um jovem, que havia iniciado na vida adulta, aos 13 anos de idade, e meu avô, juntamente com os demais homens realizavam, o ritual dessa passagem, em uma casa de compatriota que fosse mais ampla...esse rito era o mais importante de usa vida.

    Eu assistia tudo sério, e auxiliava quando era solicitado, mas ainda não havia completado meus 13 anos, e teria que esperar até os próximos três anos, para também atingir um grau de maior-idade.
    Minha mãe, e minha tia Rosa, eram as pianistas e, oficialmente abriam a cerimônia, porque a música, disse-me uma vez, auxilia na concentração, principalmente quando elas trazem os temas, nas quais pomos nossa fé.

     Aos sábados, era recitado o Kadush - a purificação do vinho.
     Havia ainda a recitação do Kedushá, que era um recital de devoção silencioso, no qual eram repetidas as palavras: "Santo, santo, santo - Santo é o senhor dos exércitos, o mundo inteiro está cheio de sua glória".

   A  vida era difícel para eles, e muitos judeus, pois o Nazismo se aproximava, e ninguém podia premeditar, o que lhes aconteceria, mas sabiam que não eram coisas boas.


   Mas apesar, das dificuldades que passavam, permanecia a Fé, e a confiança, naquele que era maior do que todos, e um profundo amor a vida em todas as suas formas, era o que nos ensinavam, inclusive afirmando que a vida é sagrada, e  digna de ser vivida.
   
    A mulher para os judeus, era tida como o sustentáculo da fé da família, e aquela a quem traria, a característica de orientar os filhos, e ser fonte de virtudes, coração aberto para socorrer os necessitados, que lhe batem à porta, além de demonstrar otimismo, e, ser a pessoa sobre quem toda a família pode apoiar-se.

    Nas velhas comunidades judaicas, a educação dos filhos, até a idade de seis anos caberia à mãe mais importante era o papel de conselheira da família inteira.
    Ela respeitava seu esposo, e o amava. Na tradição judaica, se considera o maior desrespeito, ser criado num lar sem amor.. sem paz, e sem respeito mútuo... assim o papel da mulher no lar, dando-lhe o caráter moral, e educativo, amoroso, entre os filhos, seria a maior prova de inteligência, e de amor, entre os seus elementos.

    Mas a nossa vida, segundo os mais experientes, estava por um fio, e a única maneira de sobrevivermos, seria sair do país, ao que alguns não acreditaram que isso fosse verdade, mas para quem tivesse olhos de ver- e sexto sentido de sentir, poderia prever, os dias que estariam por vir pela frente; assim minha família, e mais alguns amigos, religiosos, homens de negócio, não podiam permanecer de olhos vendados, e nesses encontros após serem promulgados seus rituais, eram preparados planos para irmos embora, meus avós, bisavós, criam fervorosamente na palavra de um rabi, muito antigo, e que tinha o dom das premonições, mas haviam aqueles que não acreditavam, e preferiram não dar atenção as falas de um ancião, continuando em suas atividades, inclusive, apostando em negócios, que num curto espaço de tempo, iriam ser suas ruínas.
    Assim, naquela noite, me fora facultado o direito de ir até eles...
    Aquelas cenas, eram fortes para mim... mas participar de atos próprios deles, sempre me reconfortavam, e me faziam crer no que não conhecia, e saber respeitar a religião de outras pessoas, como a minha.

     Eu não podia me conter diante daquelas pessoas, a familiaridade, e o amor que sentia por elas, era algo indescritível! e, nem sei, porque tinha a impressão de que sabiam da minha presença por ali, por que ora via minha avó com seu olhar sublime, e seu sorriso irradiante, a me fitar, que eu chegava até ficar desconcertada, também via o mesmo olhar do menino Gunter - aquele que dali saíria, e um dia seria o meu pai... fui até bem perto dele, e lhe depositei um beijo na fase, ao que me retribuiu com um sorriso matreiro e de uma beleza inenarrável, fui bem próximo de minha avó Alice, e de meu avô Paulo Baruch - os abracei ternamente, encostando meu rosto ao deles.

    Sentindo o perfume que usavam, e segundo soube era meu pai, quem preparava as essências, e as colocava, na alfaiataria do avô. vendendo todas e recebendo mais encomendas. Dali veio o amor pelas essências e pela química, tornando-o um profissional, já aqui no Brasil.
   Abracei mentalmente meus bisavós, e colhi deles também seus aromas, e aura vibratória, ainda que bem fracas... Minha futura tia avó - Rosa Lemerz, era uma adolescente, mais nova que minha avó, mas também de uma beleza carismática e forte, embora ainda contasse com seus 17 anos, já prenunciara a mulher decisiva, forte e corajosa que seria.

    Minha Mestra, fez-me um sinal para que a seguisse, pois faltava poucos minutos, e eu teria que ir para escola, e claro que não poderia correr o risco de alguém tentar me acordar e, eu permanecer em letargia.

    Amanhã você volta! Eu prometo... agora vamos nos apressar...

    Sim Mestra.... acompanhei-a, sem sequer olhar para trás, porque se olhasse, com certeza, não iria conseguir sair dali!!!

                                          Alice Baruch

                                                                 (Continuaremos amanhã).

 Mais um pouco de nossa música.

 

   
   



                        Família típica alemã... quando na chegada ao Brasil - Novo Hamburgo RS.

REFERÊNCIAS:

 1-http://colecao.judaismo.tryte.com.br/livro1/l1cap23.php

 2-http://imigracaoalemanosuldobrasil.blogspot.com.br/2011/06/acervo-de-fotos-sobre-imigracao-alema.html
   
 


“Apenas seguir em frente.Primeiro, porque nenhum amor deve ser mendigado.       
Segundo, porque todo amor deveria ser recíproco.”
                          (Martha Medeiros)

sábado, 25 de agosto de 2012

Qual a coisa mais importante para você?


Olhai os lírios no campo, como eles crescem,  não trabalham nem fiam , no entanto,nem Salomão com toda sua sabedoria e riqueza, jamais se vestiu com um deles.

Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? (Mateus: 6)

                                                                                                                                

                                  Que coisas seriam mais importantes na vida de um ser humano?

E várias respostas poderia surgir dessa pergunta: Tais como: A família; Deus e suas manifestações ; A felicidade; A sabedoria; A estabilidade financeira; A humanidade; A racionalidade... e quanto mais pessoas perguntássemos, mais respostas seriam dadas, infinitamente.

E, quem poderia explicar o por que?

Por que se somos pessoas inteligentes, informadas, experientes, porque então, seria tão complicado responder de uma forma lógica, prática e coerente, a uma simples pergunta como tal?

Há algumas suposições quanto a esse outro questionamento:

Que seriam:
1- Procura-se pela família- uma vez que a instituição é a mais primitiva que conhecemos, nascemos numa família- e isso fica registrado em nossa mente, que até a idade em que se possa alçar voo livre, somos dependente dessa célula familiar; Tocariam no assunto do Pai eterno, baseado em suas concepções religiosas, ou crenças, mas alguns não têm crenças... mas a maioria talvez o citase antes de todos os outros ítens... Que bom!!!

2-A felicidade - seria o desejo que nossos projetos e aspirações se concretizassem sem transtornos, e pudessemos mostrar a algumas pessoas que somos vencedores, e chegamos ao topo, de onde faremos todo o possível para nos mantermos;

3-A sabedoria - mais uma manifestação de que os nosso esforços se concretizaram, e os projetos traçados ainda na adolescência e, na infância, e perseguidos a duras provas, hoje têm a compensação e o valor dos que lhes demos, pois os atingimos; nessa mesma linha a estabilidade financeira, seria a coroação dos projetos e sua realização, com a satisfação dos desejos;

4-A humanidade - ou a forma como conhecemos o lado humano em nós e no mundo que nos cerca, a revolta pelos descasos públicos, nacionais e mundiais,  fazem com que desejemos sermos mais gente, no sentido real que conhecemos da palavra;

5-A racionalidade, a sustentabilidade, o uso dos recursos disponíveis na natureza, isso tudo viria como uma forma de pedirmos perdão aos erros dos semelhantes uns com outros, e com o Planeta em que vivemos, assim o conjunto de ítens vai se afinando, e pensamos que só isso basta.

Conclusão: 

Afinal o que os homens têm de maior valia para ele?
 No sentido de buscar coisas externas a si, esquecemos de nós mesmos: Isso mesmo:

O que há de mais valioso para a gente, se não nós mesmos.

De que adiantaria a família, se nem nascéssemos?

Do que seria a Felicidade, se o elemento humano, não a possuísse?

A sabedoria como poderia se expandir , se não houvesse um cérebro para infiltrar suas aspirações e raciocínio?

Finalizando: Busquemos a nós mesmos, antes de buscarmos elementos que nos satisfaçam nossos ideais!!!. 

Garanto que se tal pergunta fosse perguntada a um monge, seria  que ele responderia primeiro: Procura-te no teu interior... depois corra atrás das outras coisas?

                                                                    Tchau




                                                                                                 Bjussss




Referências:

1-http://www.stelle.com.br/pt/index_comedia.html
2- Evangelho de Mateus

Viagem a lugares nunca dantes idos... imagens que nunca serão esquecidas.



"Projetistas fazem canais, arqueiros atiram flechas, artífices modelam a madeira e o barro,  o homem sábio modela-se a si mesmo".
                                                                     ( Buda Gautama Sakyamuni )















    Fomos hoje ao cais do porto no Pier da Praça Mauá - Rio de Janeiro, acabara de chegar de Israel, uma tia avó minha, irmã da mãe de meu pai chamada Rosa Lenerz. 

   Uma simpática alemã de pouco mais de 1:58cm... de sorriso alegre, trajes elegantes, deveria ter por volta dos 70 anos, mas seu olhar aparentava bem menos... num sobretudo negro, chapéu e uma bolsa preta de tamanho proporcional para seus pertences... e alguns presentinhos.


    Ela iria ficar no Rio de Janeiro, por apenas 5 dias, seu navio ficaria ancorado, e ela se hospedaria na casa de minha tia Edith e tio Frederich.

    Minha mãe, achou por bem irmos também recêbe-la, e se possível fosse a traríamos para passar pelo menos um dia aqui em casa.  

   Depois o navio seguiria para a Argentina, aonde tínhamos parentes que a aguardavam.

   Meu tio, tinha um Vemaguett azul escuro, feroz e bem simpático, que não andava mais do que 60 km por hora, mas estava bom para um senhor de 75 anos. Além do mais as suas saídas eram aos domingos para a  Sinagoga em Copacabana, durante a semana ele utilizava onibus, para ir ao Jardim Botânico, nos estúdios da Globo. e no Herbert Richers, onde era tradutor, e fazia dublagens.

    Minha mãe, marcou de encontrá-los lá no próprio pier, as 10horas da manhã, o navio tinha previsão de chegada após as 11hs.

    Alicinha não podia se conter de tanta euforia.

  - Imagina!! Falara ela com Joanita na véspera da chegada:
  
 - Vou conhecer uma sobrevivente do Holocausto, mais uma da minha família, que conseguiu se salvar dos campos de concentração.

- Ai menina, num vem de novo com essas histórias de morte, já chega sua mãe que de vez em quando fica repetindo isso, bronqueava Cristina,  de penetra no assunto meu, e de sua irmã.

- Deixa ela Cristina , se não quiser escutar vai lá pra fora, leva meu rádio, vai ouvir suas músicas.

- "Descurpa" - só tava comentando... essas histórias me arrupiam, e dá uma tristeza sem fim! 
   Acho melhor eu sair mesmo.

   Continuei sem prestar atenção, em mais nada: Nita - sabe, eu "penso muito", em certas coisas da vida... e, quando durmo que vou lá naqueles lugares, onde milhares de pessoas vivem espremidas num campo, num galpão sujo e mal cheiroso...

-  Como assim você pensa? Num é um sonho?

- Não!! 

- Não é um sonho, porque é mal  fecho os olhos, e me parece que meu corpo se voa, flutuando sabe? - sem que eu consiga controlar... Sinto que a paisagem muda, e caminho pelos vales de destruição e lágrimas...
  Mas eu num estou chorando, eu caminho por cima... quase tocando o chão, mas não piso na terra...

- Hum inda bem, pelo menos você não sente cheiro!


- Pelo contrário Nita - posso sentir tudo - até o cheiro dos corpos podres...


- Misericórdia Licinha - porque, ce num falou isso pra tua mãe - pra ela te rezar, pra ver se você para com esses sonhos...   


- Mas eu não não quero parar com isso, e já te disse, que não é sonho - É realidade!!


- Desconjuro - fazendo o nome do Pai... e a irmã que já retornara de lá de fora, se deitava quieta a me olhar com olhos esbugalhados... sem dizer nada.  


- Continua, falou Nita. Tenho medo , mas quero saber como é que é isso... essa viagem.


- Presta atenção, mas não quero que conte pra minha mãe, se não ela vai querer me dar Gardenal, e me por no médico de cabeça,- um psiquiatra, ou vai querer trazer as irmã aqui , pra me benzerem.. e, eu não gosto daquele povo...


- Bem noite passada, eu me levantei da cama, porque uma voz me chamava, Alicinha vem cá... 


-  Ai parecia que era você me chamando, mas era tão tarde, que estavam todos dormindo, e nem percebi... levantei da cama, e, quando cheguei na porta da rua , ela se abriu, e uma moça de uns 21 anos , tava sorrindo pra mim, e me estendendo a mão.

 Era tão bonita, que não tive medo dela, seu olhar era de uma luz brilhante e azul... Então nesse momento, eu a segui. 
-  Num segundo ela me fez flutuar, e subíamos, passei por ondas de um mar mais bonito que o de Copacabana...e, vi várias embarcações, com pessoas viajando com malas e crianças... muitas mais crianças que adultos, e elas choravam em silencio, e me olhavam sem dar nem um sorriso.

   Perguntei a moça que me segurava pela mão, para onde elas iam , e se estavam sós...ela disse sim... foram as que conseguimos salvar das câmaras de gás. 
   Mas a maioria já perdeu seus pais.

- Minha mãe Maria , disse Cristina pegando um terço e apertando nas mãos...


- Isso só pode ser sonho! Eu que num quero ver uma cena dessas...


- Psiu, fez a Nita, me mandando continuar... e depois Licinha?


- Ai, eu continuava, apenas consegui olhar firme para aquelas crianças, e pedi a Deus que as levassem para um lugar seguro, e que elas encontrassem pessoas que as amassem, e cuidasse bem delas.

  
- Vi que algumas me sorriam depois que pensei assim, e, prosseguíamos.

- Agora íamos baixando, e estávamos no telhado de uma grande estrutura - um galpão, podia ouvir de lá alguns gemidos e choros. Alguns vultos escuros, entravam e saíam de lá, levando coisas...


- Que coisas Lice?, perguntou Cristina. 

- Vi pegando jóias, roupas, e coisas dentro de malas... e alguns pegavam pessoas magras, e ossadas já sem vida...

- Virgem Maria - Santíssima - e depois? continuou Nita..


- Bem depois de outro lado dali, vi muita fumaça...e cheiro de queimado...e muitos gritos, e pessoas sem querer entrar e cães bravos que as pegavam... além de soldados, que as puxavam e batiam nelas para que entrassem...


- E o que sua amiga dizia? Cristina perguntou?


- Dizia que ali estava a pior parte da história da humanidade... uma história que teve início lá no Calvário.. no dia em que homens condenaram um inocente, numa cruz, e o açoitaram , feriram, crucificaram numa cruz, junto com dois ladrões, e o acusavam de ser o filho de Deus - um mentiroso... e profano... 


- Disse que esse homem - nunca guardou mágoas das pessoas que o acusaram... muito pelo contrário - ele pediu ao seu pai que os perdoasse, porque eles não sabiam o que faziam...sofreu inocentemente, e só fez o bem , durante os poucos dias que esteve junto aos seus seguidores...


- Mas ela disse algo - que fiquei curiosa, e já pesquisei, mas não encontrei resposta:


- O que foi? perguntaram as duas irmãs... o que ela disse dessa história desse homem?

- Eu vou dizer, mas espero que vocês guardem segredo disso tudo...porque quero voltar lá ainda naquele lugar outras vezes...


- Juro , beijando a cruz nas mãos de cada uma...


- Ela me disse que aquele homem não morreu!


-Ah - isso eu sabia, o padre Vitor contou lá na Igreja... que ele ressuscitou no terceiro dia, e que subiu aos céus... e tudo o que eles sempre falaram , o vô Nilino, e Blandina.


- Não, a história é outra... esperem não acabou ainda. Ele viveu por mais alguns anos, em outra cidade, e morreu somente aos 66 ou 68 anos, e não 33 como dizem as escrituras.


- Depois, ela me levou dali para um lugar de um bosque , cheio de flores, onde animais diferentes vinham beber água num riacho..e, vinham leões e ovelhas... todos juntos... cães e gatos... passarinhos...camelos e leopardos, e nenhum deles machucava o outro.... Todos bebiam água da mesma fonte... e andavam lado a lado, e lá as pessoas se olhavam com amor nos olhos, e, se abraçavam...


- Eu, mesma recebi um abraço - de um homem que nem conhecia, só quando ela me disse que ele era meu pai, que eu o reconheci!!!

   E,minha avó Buza, mãe de minha mãe, que morreu quando minha mãe ainda nem tinha filhos... também veio , e me abraçou... e outras pessoas me sorriam.... e, parecia que eu conhecia todas elas... 
   Usavam longos roupões, de várias cores... amarelo.. branco..azuis.... lilás... e tinham grupos com cores iguais reunidos como se estivessem tendo aulas, sentados de baixo de árvores bem grandes... e um senhor que parecia mais velho do que eles.. falava em várias línguas para que todos entendessem... Porque pelo que parecia , eles eram de lugares diferentes, pelo jeito dos seus rostos e cor da pele, e ele esclarecia a tudo e a todos, um por um, quem levantasse a mão...

- Meu Jesus - falava Cristina, seriamente... que lindo!!! É mesmo completou Joanita!


- E, mais ... naquele lugar haviam construções...


- Casas ? Era isso??


- Mais ou menos... Haviam construções grandes - muito bem feitas -que nem em livro nenhum eu já tinha visto! - e como eram??


- Eram obras de arte! Bem desenhadas, mas não eram palácios... nem castelos... tinham traços retos... mais perfeitas do que as casa mais bonitas que já vimos(todas de cor luminosa)... de dois andares... e não haviam muros... e, na frente de cada uma tinha fontes jorrando, e peixes pulavam...


- E pessoas de mesma cor de roupa, entravam e saíam algumas mais devagar, outras mais apressadas, mas sempre sorridentes...


- Uns passavam a cavalo... enormes cavalos brancos de cauda grandes... 

   Alguns pareciam soldados, a roupa era um pouco mais escura , meio azulada e dourada.

- E o que eles faziam? quis saber a Nita? traziam livros , rosas, animais ao lado... traziam pessoas que dormiam, essas chegavam em carros maiores, e eram retiradas sem que acordassem...Umas tinham marcas nos rostos... mas nenhuma tinha expressão de dor... apenas de quem ainda não acordara!


- E assim a vida seguia ali.... vi também construções - que olhei pelas janelas e, tinham salas de aula com mestres falando: homens e mulheres explicando as turmas sobre a vida.. os ensinamentos de Cristo e sobre a continuação da eternidade!! e , ouvia sons diferentes de harpas.. e não conseguia ver de onde saíam. 


   Eu, quis entrar numa sala de aula, para ouvir melhor a palestra, mas minha Mestra, não me deixou, disse que eu ainda não poderia assistir as palestras...e, que eu poderia sim quando voltar ler mais sobre a humanidade... sobre as escrituras sagradas, mas que não me fixasse só nas que tinham aqui em casa.... que lesse todas as religiões! - E disse, os vários nomes das escrituras que assim que acordei escrevi no meu caderno de aula... 


   Ela falou ainda, que muitas pessoas estão aqui na Terra, e em sua volta, trabalhando para que aquele lugar não se acabasse, porque em volta dele viviam criaturas que queriam destruí-los. e, que tinham inveja daquilo tudo... e vez por outra tentavam entrar lá, mas não lhes era permitido... 


- Não sei bem porque teriam pessoas ou espíritos que não estivessem satisfeitos que havia um lugar daquele  de paz e de amor...


- Nesse momento, entrou o Luiz que acabara de acordar - e me olhou firme, dizendo:


- Irmã: Nem todos querem ver a luz, alguns só conhecem as trevas... o ódio, as desgraças os deixam mais felizes, do que a Paz... mas coitados deles... um dia amargarão nas camadas mais baixas do Planeta, e ninguém virá resgatá-los, até que se arrependam de suas atitudes e atos! - disse isso, e voltou para seu quarto, dormindo novamente!


- Me arrepiei, que eloqüencia em tão poucas palavras...Será que ele também, já havia ido naquele lugar em outras vezes?


  Olhei para minhas primas, que de joelhos entoam suas orações... nos abraçamos e oramos juntas.


No dia seguinte, fui receber minha tia, e lhe dei um abraço forte e amoroso como o que eu recebi no dia anterior, ela me olhou nos olhos, e pelo seu sorriso, compreendi que entendeu a mensagem!


                                                     ........................................


P.S: Que mistérios a vida tem, e, quais os que ainda não foram esclarecidos?



                 
                                                           Tenham um dia feliz
             
 Ótimo fim de semana, na presença Eucarística dos Mestres e da Luz do Creador.


Referências:

http://www.rivalcir.com.br/frases/mestres.html


http://www.mestresascensos.com/2011/06/frase-conselho.html


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Créditos: Mestres Ascensos



A vida segue seu fluxo ... Nada muda sem que você não permita!

A vida segue seu fluxo ... Nada muda sem que você não permita!
Que lugar é esse ? One club of The chess... greast ...