sábado, 25 de agosto de 2012

Viagem a lugares nunca dantes idos... imagens que nunca serão esquecidas.



"Projetistas fazem canais, arqueiros atiram flechas, artífices modelam a madeira e o barro,  o homem sábio modela-se a si mesmo".
                                                                     ( Buda Gautama Sakyamuni )















    Fomos hoje ao cais do porto no Pier da Praça Mauá - Rio de Janeiro, acabara de chegar de Israel, uma tia avó minha, irmã da mãe de meu pai chamada Rosa Lenerz. 

   Uma simpática alemã de pouco mais de 1:58cm... de sorriso alegre, trajes elegantes, deveria ter por volta dos 70 anos, mas seu olhar aparentava bem menos... num sobretudo negro, chapéu e uma bolsa preta de tamanho proporcional para seus pertences... e alguns presentinhos.


    Ela iria ficar no Rio de Janeiro, por apenas 5 dias, seu navio ficaria ancorado, e ela se hospedaria na casa de minha tia Edith e tio Frederich.

    Minha mãe, achou por bem irmos também recêbe-la, e se possível fosse a traríamos para passar pelo menos um dia aqui em casa.  

   Depois o navio seguiria para a Argentina, aonde tínhamos parentes que a aguardavam.

   Meu tio, tinha um Vemaguett azul escuro, feroz e bem simpático, que não andava mais do que 60 km por hora, mas estava bom para um senhor de 75 anos. Além do mais as suas saídas eram aos domingos para a  Sinagoga em Copacabana, durante a semana ele utilizava onibus, para ir ao Jardim Botânico, nos estúdios da Globo. e no Herbert Richers, onde era tradutor, e fazia dublagens.

    Minha mãe, marcou de encontrá-los lá no próprio pier, as 10horas da manhã, o navio tinha previsão de chegada após as 11hs.

    Alicinha não podia se conter de tanta euforia.

  - Imagina!! Falara ela com Joanita na véspera da chegada:
  
 - Vou conhecer uma sobrevivente do Holocausto, mais uma da minha família, que conseguiu se salvar dos campos de concentração.

- Ai menina, num vem de novo com essas histórias de morte, já chega sua mãe que de vez em quando fica repetindo isso, bronqueava Cristina,  de penetra no assunto meu, e de sua irmã.

- Deixa ela Cristina , se não quiser escutar vai lá pra fora, leva meu rádio, vai ouvir suas músicas.

- "Descurpa" - só tava comentando... essas histórias me arrupiam, e dá uma tristeza sem fim! 
   Acho melhor eu sair mesmo.

   Continuei sem prestar atenção, em mais nada: Nita - sabe, eu "penso muito", em certas coisas da vida... e, quando durmo que vou lá naqueles lugares, onde milhares de pessoas vivem espremidas num campo, num galpão sujo e mal cheiroso...

-  Como assim você pensa? Num é um sonho?

- Não!! 

- Não é um sonho, porque é mal  fecho os olhos, e me parece que meu corpo se voa, flutuando sabe? - sem que eu consiga controlar... Sinto que a paisagem muda, e caminho pelos vales de destruição e lágrimas...
  Mas eu num estou chorando, eu caminho por cima... quase tocando o chão, mas não piso na terra...

- Hum inda bem, pelo menos você não sente cheiro!


- Pelo contrário Nita - posso sentir tudo - até o cheiro dos corpos podres...


- Misericórdia Licinha - porque, ce num falou isso pra tua mãe - pra ela te rezar, pra ver se você para com esses sonhos...   


- Mas eu não não quero parar com isso, e já te disse, que não é sonho - É realidade!!


- Desconjuro - fazendo o nome do Pai... e a irmã que já retornara de lá de fora, se deitava quieta a me olhar com olhos esbugalhados... sem dizer nada.  


- Continua, falou Nita. Tenho medo , mas quero saber como é que é isso... essa viagem.


- Presta atenção, mas não quero que conte pra minha mãe, se não ela vai querer me dar Gardenal, e me por no médico de cabeça,- um psiquiatra, ou vai querer trazer as irmã aqui , pra me benzerem.. e, eu não gosto daquele povo...


- Bem noite passada, eu me levantei da cama, porque uma voz me chamava, Alicinha vem cá... 


-  Ai parecia que era você me chamando, mas era tão tarde, que estavam todos dormindo, e nem percebi... levantei da cama, e, quando cheguei na porta da rua , ela se abriu, e uma moça de uns 21 anos , tava sorrindo pra mim, e me estendendo a mão.

 Era tão bonita, que não tive medo dela, seu olhar era de uma luz brilhante e azul... Então nesse momento, eu a segui. 
-  Num segundo ela me fez flutuar, e subíamos, passei por ondas de um mar mais bonito que o de Copacabana...e, vi várias embarcações, com pessoas viajando com malas e crianças... muitas mais crianças que adultos, e elas choravam em silencio, e me olhavam sem dar nem um sorriso.

   Perguntei a moça que me segurava pela mão, para onde elas iam , e se estavam sós...ela disse sim... foram as que conseguimos salvar das câmaras de gás. 
   Mas a maioria já perdeu seus pais.

- Minha mãe Maria , disse Cristina pegando um terço e apertando nas mãos...


- Isso só pode ser sonho! Eu que num quero ver uma cena dessas...


- Psiu, fez a Nita, me mandando continuar... e depois Licinha?


- Ai, eu continuava, apenas consegui olhar firme para aquelas crianças, e pedi a Deus que as levassem para um lugar seguro, e que elas encontrassem pessoas que as amassem, e cuidasse bem delas.

  
- Vi que algumas me sorriam depois que pensei assim, e, prosseguíamos.

- Agora íamos baixando, e estávamos no telhado de uma grande estrutura - um galpão, podia ouvir de lá alguns gemidos e choros. Alguns vultos escuros, entravam e saíam de lá, levando coisas...


- Que coisas Lice?, perguntou Cristina. 

- Vi pegando jóias, roupas, e coisas dentro de malas... e alguns pegavam pessoas magras, e ossadas já sem vida...

- Virgem Maria - Santíssima - e depois? continuou Nita..


- Bem depois de outro lado dali, vi muita fumaça...e cheiro de queimado...e muitos gritos, e pessoas sem querer entrar e cães bravos que as pegavam... além de soldados, que as puxavam e batiam nelas para que entrassem...


- E o que sua amiga dizia? Cristina perguntou?


- Dizia que ali estava a pior parte da história da humanidade... uma história que teve início lá no Calvário.. no dia em que homens condenaram um inocente, numa cruz, e o açoitaram , feriram, crucificaram numa cruz, junto com dois ladrões, e o acusavam de ser o filho de Deus - um mentiroso... e profano... 


- Disse que esse homem - nunca guardou mágoas das pessoas que o acusaram... muito pelo contrário - ele pediu ao seu pai que os perdoasse, porque eles não sabiam o que faziam...sofreu inocentemente, e só fez o bem , durante os poucos dias que esteve junto aos seus seguidores...


- Mas ela disse algo - que fiquei curiosa, e já pesquisei, mas não encontrei resposta:


- O que foi? perguntaram as duas irmãs... o que ela disse dessa história desse homem?

- Eu vou dizer, mas espero que vocês guardem segredo disso tudo...porque quero voltar lá ainda naquele lugar outras vezes...


- Juro , beijando a cruz nas mãos de cada uma...


- Ela me disse que aquele homem não morreu!


-Ah - isso eu sabia, o padre Vitor contou lá na Igreja... que ele ressuscitou no terceiro dia, e que subiu aos céus... e tudo o que eles sempre falaram , o vô Nilino, e Blandina.


- Não, a história é outra... esperem não acabou ainda. Ele viveu por mais alguns anos, em outra cidade, e morreu somente aos 66 ou 68 anos, e não 33 como dizem as escrituras.


- Depois, ela me levou dali para um lugar de um bosque , cheio de flores, onde animais diferentes vinham beber água num riacho..e, vinham leões e ovelhas... todos juntos... cães e gatos... passarinhos...camelos e leopardos, e nenhum deles machucava o outro.... Todos bebiam água da mesma fonte... e andavam lado a lado, e lá as pessoas se olhavam com amor nos olhos, e, se abraçavam...


- Eu, mesma recebi um abraço - de um homem que nem conhecia, só quando ela me disse que ele era meu pai, que eu o reconheci!!!

   E,minha avó Buza, mãe de minha mãe, que morreu quando minha mãe ainda nem tinha filhos... também veio , e me abraçou... e outras pessoas me sorriam.... e, parecia que eu conhecia todas elas... 
   Usavam longos roupões, de várias cores... amarelo.. branco..azuis.... lilás... e tinham grupos com cores iguais reunidos como se estivessem tendo aulas, sentados de baixo de árvores bem grandes... e um senhor que parecia mais velho do que eles.. falava em várias línguas para que todos entendessem... Porque pelo que parecia , eles eram de lugares diferentes, pelo jeito dos seus rostos e cor da pele, e ele esclarecia a tudo e a todos, um por um, quem levantasse a mão...

- Meu Jesus - falava Cristina, seriamente... que lindo!!! É mesmo completou Joanita!


- E, mais ... naquele lugar haviam construções...


- Casas ? Era isso??


- Mais ou menos... Haviam construções grandes - muito bem feitas -que nem em livro nenhum eu já tinha visto! - e como eram??


- Eram obras de arte! Bem desenhadas, mas não eram palácios... nem castelos... tinham traços retos... mais perfeitas do que as casa mais bonitas que já vimos(todas de cor luminosa)... de dois andares... e não haviam muros... e, na frente de cada uma tinha fontes jorrando, e peixes pulavam...


- E pessoas de mesma cor de roupa, entravam e saíam algumas mais devagar, outras mais apressadas, mas sempre sorridentes...


- Uns passavam a cavalo... enormes cavalos brancos de cauda grandes... 

   Alguns pareciam soldados, a roupa era um pouco mais escura , meio azulada e dourada.

- E o que eles faziam? quis saber a Nita? traziam livros , rosas, animais ao lado... traziam pessoas que dormiam, essas chegavam em carros maiores, e eram retiradas sem que acordassem...Umas tinham marcas nos rostos... mas nenhuma tinha expressão de dor... apenas de quem ainda não acordara!


- E assim a vida seguia ali.... vi também construções - que olhei pelas janelas e, tinham salas de aula com mestres falando: homens e mulheres explicando as turmas sobre a vida.. os ensinamentos de Cristo e sobre a continuação da eternidade!! e , ouvia sons diferentes de harpas.. e não conseguia ver de onde saíam. 


   Eu, quis entrar numa sala de aula, para ouvir melhor a palestra, mas minha Mestra, não me deixou, disse que eu ainda não poderia assistir as palestras...e, que eu poderia sim quando voltar ler mais sobre a humanidade... sobre as escrituras sagradas, mas que não me fixasse só nas que tinham aqui em casa.... que lesse todas as religiões! - E disse, os vários nomes das escrituras que assim que acordei escrevi no meu caderno de aula... 


   Ela falou ainda, que muitas pessoas estão aqui na Terra, e em sua volta, trabalhando para que aquele lugar não se acabasse, porque em volta dele viviam criaturas que queriam destruí-los. e, que tinham inveja daquilo tudo... e vez por outra tentavam entrar lá, mas não lhes era permitido... 


- Não sei bem porque teriam pessoas ou espíritos que não estivessem satisfeitos que havia um lugar daquele  de paz e de amor...


- Nesse momento, entrou o Luiz que acabara de acordar - e me olhou firme, dizendo:


- Irmã: Nem todos querem ver a luz, alguns só conhecem as trevas... o ódio, as desgraças os deixam mais felizes, do que a Paz... mas coitados deles... um dia amargarão nas camadas mais baixas do Planeta, e ninguém virá resgatá-los, até que se arrependam de suas atitudes e atos! - disse isso, e voltou para seu quarto, dormindo novamente!


- Me arrepiei, que eloqüencia em tão poucas palavras...Será que ele também, já havia ido naquele lugar em outras vezes?


  Olhei para minhas primas, que de joelhos entoam suas orações... nos abraçamos e oramos juntas.


No dia seguinte, fui receber minha tia, e lhe dei um abraço forte e amoroso como o que eu recebi no dia anterior, ela me olhou nos olhos, e pelo seu sorriso, compreendi que entendeu a mensagem!


                                                     ........................................


P.S: Que mistérios a vida tem, e, quais os que ainda não foram esclarecidos?



                 
                                                           Tenham um dia feliz
             
 Ótimo fim de semana, na presença Eucarística dos Mestres e da Luz do Creador.


Referências:

http://www.rivalcir.com.br/frases/mestres.html


http://www.mestresascensos.com/2011/06/frase-conselho.html


Coloque também no seu site -Frases Conselho

Créditos: Mestres Ascensos



4 comentários:


  1. "Se nada nos salva da morte, pelo menos que o amor nos salve da vida".

    Pablo Neruda

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  2. Alicinha, que impressionante experiência.
    Na verdade, a gente nada sabe e necessitamos muito para termos o merecimento.
    Aquilo que nos aguarda é um grande mistério.
    Beijos, do amigo José Maria Cavalcanti
    visite:
    www.bollog.com.br

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  3. Certo amigo Cava

    A menina que vivia em mim.. era mais curiosa, perceptiva, menos amedrontada...com o passar dos tempos, nossa vãs ideologias, nos modificam.
    Assumimos postura que antes não nos caberia; nosso cabedal de experiência toma a forma de adultos sérios.
    Precisamos resgatar essa meninice para podermos visualizar melhor as experiências que necessitamos! e adquirir mais embasamento na vida.
    Quem sabe assim, mais coisas se descortinem, bem abaixo de nosso narizes.

    Obgdu pela atenção... Alice

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  4. Que interessante, seriam sonhos os avisos, que serviram para formar a mulher que você é hoje.
    Beijoss.

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Obrigada pela presença, caso queira deixe seu comentário.

Até a próxima postagem! ABRAÇOS FRATERNOS ...

A vida segue seu fluxo ... Nada muda sem que você não permita!

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