sexta-feira, 23 de setembro de 2011

E se o início estivesse aqui novamente...

Meu caminho é apenas uma estrada.

Em que venho galgando rumos... vielas ... montanhas... rochosas... é o caminho que meus pés me levam... pés descalços... lançados nos caminhos... que atingem os descaminhos.

E assim ia.. de verso em verso de trecho em trecho... aonde nos detinhamos a apenas escutar.

Sexta série (antigo ginasial) Colégio Pan-Americano...

Lá pelos 13 anos, percebi-me... ouvinte... atenta... aprimorando escolhas!!!

Observei que muita gente fazia parte do meu mundo e entre essas pessoas se encaixava meu professor de português.



Era alguém de um carisma incrível... pele morena...magro... traços finos... cabelos lisos nos ombros, (porque era moda) e muitos rapazes adotavam esse look, o que pra nós era absolutamente um charme!... ainda estudante de Letras na UFRJ, nosso sonho de consumo de quem pretendia continuar os estudos até o máximo que pudessemos chegar!!!.

Esse professor chamava-se Ademir. Declamava sonetos, conhecia tudo sobre rimas e prosas... frequentava os meios literários , museus, teatros e nunca andava sem seu jornal debaixo do braço.

Falava de Drumond como se fora íntimo e amigo próximo...gostava de ouvir Baden Power, Hermeto Pasqual, Vinicius de Moraes, Tom Jobim entre outros, e com isso fez-nos apreciar a arte, a música e os bons livros. Seus conselhos são lembrados pela vida a fora.

Dizia-nos que a maior felicidade que poderíamos proporcionar a nossa família, era a dedicação aos estudos, e curtiu muito quando cheguei perto dele e mostrei-lhe uma medalha que conquistara num torneio de xadrez, propagou a notícia pela escola toda e colocou no jornalzinho que montou na escola e no qual os alunos eram os repórteres, fazendo entrevista com pessoas que tinham histórias interessantes, ou fossem pessoas públicas.

E assim vez por outra corriamos atrás de notícias e entrevistavamos gente daqui e dali- médicos, advogados, dentistas.

No jornalzinho havia uma coluna sobre orientação vocacional, e não podíamos deixar o jornal sem notícias! O que nos levava a querer ser repórter. E ir a repartições públicas, hospitais, delegacias, salas de outros professores, em busca de informações... além de letras de músicas estrangeiras e MPB.

As aulas do Ademir eram disputadas, e vez por outra tiveramos que assistir aula sentadas duas em uma cadeira, porque apareciam alunos de outras séries para aprender português, e ouvi-lo declamando principalmente Drumond seu favorito.

Acho que sabia de cor todos seus versos.. Declamava - nos Cecília Meirelles, Eça de Queiroz... Fernando Pessoa ... e outros com a mesma desenvoltura de quem abrira um jornal de domingo...
A adolescência talvez seja a fase mais saborosa de nossas vidas. Andavamos em bandos- Eu, Rita, Olga, Mary Lucia, Artur, Sérgio e Sandra, Clarice, Geiza, Guilhermina , e um grupo grande de jovens , que sonhavam, para elas o mundo seria cor de rosa, ou azul, verde, lilás, teria enfim todas as cores de um arco-iris.

Rita - O que você acha das aulas de português ... Perguntei-lhe certa vez.

E a resposta - Não acho nada!

Como assim , não achar nada da melhor aula do Colégio. OPS... Estranho isso.

Rita prontamente continuava - Só acho o professor belo e maravilhoso...
Quanto a aula o que ele falar na frente eu escuto.


E, assim aumentava o número das fãs daquele cara!!!

Mary Lucia, Sandra, Rita, Olga, Geiza e sabe-se quem lá mais, estava nas aulas não apenas para estudar , mas também para ver o belo-feio, que era assim como era chamado.

A idade ajudava os voos, quando se é adolescente se pratica voo livre e devaneia-se junto!

Achavamos que a vida seria um Weekend, festinhas... jogos estudantis... praia... estudos ... namoros... e quem sabe um dia achariamos aquele que encheria nossos corações de felicidade!

Como era bom acreditar em tantas coisas, que teríamos uma profissão deslumbrante...jornalista... juíza... empresária e qualquer outra profissão que nos ajudaria a galgar um lugar melhor no mundo!!!

Afinal querer é Poder, dizia a mama!!! Para ela foi. Ishaláh... para mim talvez sim, outras horas talvez não.

Agora não possuia mais minha fiel escudeira, que falta aquela figurinha me fazia!!!

A falta de alguém, deixa uma lacuna, quase irreparável!! É como se aquela pessoa nunca mais fosse retornar para o nosso aconchego e aninho.

Tinha que trabalhar as perdas, fazer uso da fé...e receber de volta a esperança... o amor não retribuído.

E jogar o jogo de que se tem disponível... andar com as próprias pernas!

Era hora de viver e aprender a jogar... aprender a crescer ... aprender a conhecer uns aos outros, e acima de tudo aprender a ser gente!





Araruama - Um lugar aconchegante e feito para os sonhos! Os sonhos nossos de cada dia

Uma terra que guarda a luz do Infinito, como se fosse distribuí-la em pedacinhos, para não nos queimar.

Postado por baruchess@gmail.com

O Rio está em evidência- E haja rook - Rook in Rio!!!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Que encrenca ! Socorroooo ..........

O futuro não é algo que deve ser esperado para que se inicie o processo de construção. Seu elemento mais importante é o presente, pois é no presente que ele é objetivado.

Em seu livro, "Mulheres que Correm com os Lobos", Clarissa Pinkola escreveu algo que muito me agradou : "Dizem que tudo o que buscamos, também nos busca e, se ficamos quietos, o que buscamos nos encontrará.
É algo que leva muito tempo esperando por nós. Enquanto não chegue, nada faças. Descansa. Tu verás o que acontece enquanto isto.”


E, se te chamarem de louco, por pensar assim... mais louco é quem me diz que não é feliz... Não é feliz.


Depois de Alicinha ter entrado na casa ao lado, fecharam a porta, e a coitada, se viu atrás do armário dá área de serviço.

Sons nebulosos vinham de um quarto, risadas e clima de festa, advinham da sala. apavorada, não tinha como gritar, achava que com certeza seria alvo de maldades, e Nitinha havia dito: Os ciganos gostam de crianças as usam fazem pactos...e etc...

Pessoas mau vestidas andavam de um lado a outro com suas taças de Moscatel, conhecia o cheiro por que minha mãe tinha bar, e vez outra eu provava as escondidas, ora ou outra ficava de porre, e ria como se como se o mundo fosse um grande piada! O que me faz pensar que talvez seja mesmo!

Sons e gemidos frênicos, vinham de um recinto que por entre as brechas da porta avistava e contava que já haviam entrado 12 pessoas. Com olhares tropecos e passadas cambaleantes. Beijavam-se na boca sem escolher a quem o fariam!!

Cruzesss.

Lembrei-me dos trechos de sodoma e gomorra que meu avô nos contava era o fim do mundo, e seguiria-se a destruição daquela raça.

Podia dali ouvir cânticos e palmas, gritos, sussuros e gemidos.

E a horas passando.

Já deveria ser pra lá de meia noite, e, com certeza teriam dado pela mnha falta!! Coitada da Nita deveria estar pelo meio da rua junto com nhas primas e minha mãe, dizendo que me mataria quando me encontrasse.

E, se eu tentasse a força do pensamento!

Sempre minha mãe dizia, que foi assim que conheceu meu pai! Usando o poder da mente.

Ouvia vozes da Nitinha no portão da casa, mas ninguém ia lá atender.

Olhavam pela fresta da janelas e soltavam gargalhadas como de bêbados entorpecidos pelo mau hábito de viver desreguladamente!!.... fumavam cigarrilhas e diziam-se amarem.

Outros nus enrolados em túnicas desfilavam seus corpos asquerosos pelo recinto, entre eles o chefe do clã - Horácio, exibindo suas sombrancelhas desgrenhadas e seu charuto fétido!!!

Madonna mia - por Caissa, alguém entre aqui nesse recinto, para que eu possa fugir sem ser vista.

Até o meu doce e fiel Battymann - um viralata branco de olhos manchados de preto poderia surgir de repente e me salvar, ou o Luisinho!

Meu fiel escudeiro mor, como eu havia escrito em sua escrivaninha.

Acho que esses ciganos tinham pacto com as trevas, e conheciam a natureza, porque gritavam, entoando idiomas desconhecidos e do céu surgiam raios e relâmpagos, ainda que tivesse a noite estrelada.

Pensava em sair correndo, mas não teria como abrir a porta, e seria vista, e com certeza teria que ficar nua ali também.

Com meu corpo em formação ainda pueril, imberbe... sem pelos, de uma brancura porcelanizada, e fina pele. O que aqueles vândalos fariam se me achassem?

Lá atrás aonde era um recinto de paredes brancas e janelas vermelhas, saiam os ruídos frêmicos de orgia , e num lampejo de álcool, bebidas , madeiras acaneladas drogas, e enxofre , vi derepente sair uma nuvem de fogo espessa...

Fogoooo!!! ... gritavam.

Pessoas saiam nuas do recinto... e outras corriam a procurar baldes para encher.
Uma pessoa foi deitada esticada no chão desfalecida...

Outras, tossindo procuravam panos para se cobrir e uma estava em brasas por todo o corpo.

Sem medo de represálias aproveitei a confusão, peguei uma toalha que havia num varal... amarrei em minha cabeça, abrindo a porta principal, ainda esbarrei com um barrigudo que tentou puxar meu braço, o que reagi com um pontapé em seus culhões tomando a direção da rua...

Vizinhos acudiam vindo com baldes e mangueiras, que eram emendadas no sentido de debelar as chamas.

Ninguém notou quem eu era, pois estava com a cabeça coberta e me lancei por baixo da cerca de arames que dava dali para meu quintal.

Ah o Battymann me reconheceu e latiu.

Minha mãe já se fazia notar no local.

Dando ordens e reclamando que eram para se mudarem dali , naquele dia mesmo.

O fogo fez um estrago até do nosso lado, pois pegou em duas quitinetes
que seriam alugadas.

A Nita e a Cristina apavoradas comentavam o que era aquilo.

Minha tia agarrava seu rosário e balbuciava frases esótericas, e incompreensivas...

Meu primo debochava de tudo... meu irmão a tudo olhava estupefado, com certeza estaria também apreciando tudo do alto do telhado lá de casa.

Um primo meu que havia chegado recentemente da Bahia, procurava um cigarrinho de baseado pelo chão... porque já havia diagnosticado o odor.

Eu, aproveitei que todos estavam na rua, entrei no meu quarto, meu irmão Luiz sentado em sua cama me sorria: Viu só em que confusão você tava metida?


Num toma jeito!

E virando-se para o outro lado mandou-me deitar quietinha. Dando-me um ultimo sorriso fraternal.

Ainda com os sons,e a memória olfativa a me importunar peguei no sono, em frações de segundos...

Pela manhã fui ouvir os comentários de todos.

E Cristina a me encarnar porque eu dormira e nem vira o que fora a noite mais escalabrosa e horrenda do mundo!!!

Nitinha repetia : Ainda bem que Alicinha durmiu cedo.


E Battymann e Luiz me olhavam com aquela ar de cumplicidade!

Eu heim gente. Tô fora de confusão!!!

É bom mesmo, dizia minha mãe, é preciso selecionar as amizades!!

Sei, diziamos, eu e as primas, soltando Cristina sua tradicional gargalhada de deboche!!!

A vida segue seu fluxo ... Nada muda sem que você não permita!

A vida segue seu fluxo ... Nada muda sem que você não permita!
Que lugar é esse ? One club of The chess... greast ...