domingo, 30 de março de 2014

Onde eu nasci passa um rio... as cidades engoliram o jeito bom de se viver.... a tecnologia substituiu o abraço ... o cheiro no cangote... o convívio com o belo!...





                Onde eu nasci passa um rio... 

São Francisco é o seu nome... e, sei que apesar de não ter nascido de nascimento por lá... foi lá, que aprendi a dar os primeiros passos... ainda bebê, perdi meu pai... e, sozinha com três filhos pequenos minha mãe, retornou às suas origens, levando-me no colo... 

   Foi lá por aquelas bandas que mirava o horizonte, e achava-o imenso... andava de carro de boi, comia da fruta, que tiravamos da árvore, com as as próprias mãos... ou com latinha amarrada no bambu.

   Via minha mãe e tias cozinharem num enorme fogão.









    Ficava num canto admirando-as, de longe, para não me queimar, e não atrapalhá-las...isso porque tinha uma magia o fogão. 


    Era apenas um fogão, bem sabia... mas ali aquelas mulheres, da minha família, bem como todas as outras, colocavam sua energia, para dali sair o néctar da vida-o pão nosso de cada dia... a força delas até hoje me impressiona, sua coragem e determinação, e principalmente a Fé...são expressões da real palavra "ser mulher"!

    Elas, não precisavam se expor, ao ridículos das saias curtíssimas... não precisavam darem altas gargalhadas, para chamar a atenção, muito menos andar rebolando o traseiro.... 

    Muito pelo contrário, tinham a sua arma mais forte, que era o seu olhar...os gestos, a elegância e sabedoria, mesmo as mais humildes , e de poucas letras.

   Educavam seus filhos, e ensinavam-os a tomar a benção dos mais velhos...

   Eram cortezes, sem precisar serem lembrados: na rua ajudavam aos mais velhos - os rapazes sabiam cortejar uma moça, e até faziam serenatas quando se apaixonavam. 

   Nas aldeias todos se conheciam, se ajudavam, as cidades eram limpas, por que o patrimônio comum era respeitado. 

   E, claro não haviam leis que puniam àqueles que jogavam lixo na rua! não era preciso, e já havia o sentimento de ecologia, ensinado e compreendido por todos.

   Íamos às missas nos domingos, com as melhores vestes. 

   Sem querer ser saudosista até, por que não tenho tanta idade para isso, mas o pouco que desfrutei no interior me traz boas lembranças, de um tempo bonito... de uma vida pacata, sincera, calma e feliz! 

    Embora com muita simplicidade.

    A quem quiser sentir um pouco desse clima: Vá ao Interior, dê-se esse presente singelo... Mostre aos filhos, e netos como viveram nossos avós, e fazê-los entender por que já se ouviu cantarolando: "tempo bom... não volta mais... saudades de outros tempos iguais"


 Ilustrações:



















































   Foto de uma celebração de Reis em Paratinga - Bahia, com o músico e Maestro senhor Lino Brandão.










   Assim eu sou.... um pouco de tudo... um muito de Brasil!!!bjs...





2 comentários:

  1. Colher de pau, pilão de madeira, baladeira, ratoeira, cinto de couro, funil de flande, espetos de ferro, arreios, esporas, sinos, sandália de couro, candeeiro, pegador de brasa, vassoura de palha, boneca de pano, corda de agave, fogareiro, ferrolho, tramela, cachimbo, foice, facão, faca peixeira, bainha, chapéu de palha, pião, carro de lata, pedra de amolar, prato de alumínio, caneca de ágata, grelha… mais uma infinidade de pequenas ferramentas manuais, são objetos nos quais vivenciávamos no dia a dia... Interessante li esse comentário, que não foi pra cá..mas adaptei-o!! Sensacional..

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  2. O retorno às nossas origens é tão latente em nossa alma, que ficamos por vexzes esquecidos em pensamentos, relembrando da infância, que em meio as dificuldades, me lembro que éramos felizes.

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Até a próxima postagem! ABRAÇOS FRATERNOS ...

A vida segue seu fluxo ... Nada muda sem que você não permita!

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Que lugar é esse ? One club of The chess... greast ...