terça-feira, 3 de abril de 2012

Helena de Tróia

 

O que nos faz apaixonarmos?

O que nos faz  ficar românticos? Horas e horas de conversinha ao pé do ouvido do outro... confissões e juras?

De onde vem esse sentimento? 

É possível amarmos ao mesmo tempo duas pessoas?

É possível convivermos e não amarmos?

Oh dúvida cruel: Este ou aquele? Louro ou moreno etc... etc... etc... 

A noite já ia se adiantando, o dia amanhecendo... no dia seguinte nossos compromissos nos esperava, e as três continuavam de trelele!!!

Alicinha , Rita de Cássia e sua irmã Rogéria. 

Seus pais dormiam e nós deitadas no tapete da sala a dividir o ventilador(que era um só para as três, e o espaço maior na sala) , assim recordavámos como havia sido o dia anterior... há quem emocionamos, e quem conseguiu nos emocionar.

Rita já de casamento marcado, Rogéria de namoricos, e eu apenas trabalhava e estudava. 
Fazíamos planos para uma vida plena e cheia de belezas... 

Aprendíamos um pouco de tudo a cada dia, e trocavamos figurinhas e comentários sobre os rapazes da época.

Numa coisa as três sempre concordavam:O mancebo, teria que ser pelo menos romântico! Trazer flores nas datas especiais... bombons, ser gentil e cortês...

E, recordávamos as aulas de História do professor Antonio Jorge, principalmente a história de Helena de Tróia, que tanto empolgava o mestre, e mesmo assistindo a sua aula em horários diferentes - o que às vezes acontecia , podia-se perceber as emoções na fala, e em seus olhos.
A narrativa corretíssima - o que nos fazia pensar às vezes que ele - o professor havia lutado naquela batalha , tamanha a veracidade com que a história era reproduzida.

Meninas - vocês acreditam em reencarnação?.
Dizia eu - pois sabia que a mãe delas era kardecista, e frequentava a Federação espírita do Brasil, às terças - feiras, fizesse sol ou chuva...pontualmente às 17hs, na Av. Passos - Centro do Rio. 

Um casarão imponente - e que se via chegar senhores e senhoras de bom nível, e bem arrumados e adentrar os salões do casarão.

As duas apesar de divergir em muitas coisas, e opiniões antagônicas, em quase todos os assuntos - nesse tocante - nunca divergiam: Sim, acreditamos...

E passávamos horas analisando os livros de Kardec , Chico Xavier... bezerra de Menezes, entre outros. 
Não num sentido de adoração. 
Mas faziamos uma leitura analítica, dos discursos e explicações que eram dadas nos livros e revistas.

Embora minhas raízes judaicas , me fizessem apreciar a doutrina - o espiritismo era uma interrogatória, que não se podia duvidar, nem tão pouco levantar a bandeira totalmente. 

Muitos fatos ficavam à luz  da compreensão, e às vezes a conversa aumentava com a chegada de outras pessoas, uns de outras crenças , outras que frequentavam o círculo da Dorinha.

Vez por outra presenciávamos a incorporação de entidades, que chegavam de surpresa e exigiam das minhas amigas uma preparação rápida, com o uso de roupas adequadas, champanhes, cigarrilhas, incensos perfumados...

Elas(es) vinham ... falavam coisas boas de se ouvir, cantavam cânticos, que algumas vezes não se compreendia o idioma, deixavam mensagens para um ou outro ausente, prenunciavam mortes e outras situações delicadas.

Pediam que tivéssemos coragem, e discernimento, e muita Fé no Altíssimo.

E , se despediam como se fossem viajar para dali muito longe. 
Nos deixando uma sensação de incompletude. 
Parecia que aquele momento não existira realmente, e que havíamos sonhado.

Mas não dormiramos!

De fato, vivenciamos momentos de profunda paz... e calmaria. 
E após esses encontros - sem datas marcadas - tinhamos, ao ouvirmos as explanações, um aumento de percepção... intuição, sei lá como chamar. 

Algo havia mudado daquele momento em diante.

Era, como se entrassémos numa esfera invisível, numa outra rotação, e o mundo lá fora, não estivesse ali naquele presente.

Engraçado - que quando alguém de fora batia no portão - logo se retirava - como se ali não houvesse quem atende-los.

Aquelas tardes, noites desses dias - eram um presente que de uma forma esperávamos que se repetisse - sempre que uma de nós; amigas , estivesse com problemas a serem resolvidos, e que necessitasse de uma ajudinha extra , pra definir melhor qual caminho a ser tomado. 
E, nossa visão se clareava...

Eu, pessoalmente recebi vários "insightes"; depois dessas sessões... e, muita coisa, muitas decisões que tomei depois dali, a inspiração, surgira de certo desses encontros.

E , naquele chalé - como a dona se referia ao local.

Uma casinha muito bem ambientada - e decorada , com vários elementos da cultura nordestina, e do Brasil.

Vía-se um sincretismo religioso, bem típico de nossa raça. Que recebia elementos das mais variadas descendências.

Assim entre: candelabros de prata, estatuetas de bronze (de cavalheiros medievais), Santas católicas - dentre elas: Santa Rita de Cássia e Santa Sara a egípcia; cortinas de rendas, cumbucas de barros, cuias , e outros objetos da roça, a casa tinha um certo ar exótico... e quem ali entrasse nunca sairia da mesma maneira- como entrou. 

A dona Dorinha - tinha sempre um cálice de licor, um pedaço de fubá ou uma peta, um queijinho picado... um vinho do porto, para suas visitas deste ou daquele mundo.

E, é por isso que mesmo não existindo visivelmente essa criaturinha- as lembranças permanecerão vivas dentro de mim.... seu entusiasmo pela vida, e suas memórias ainda permanecem em nós.


                    ..............................

Uma das aulas do professor mais greco e troiano que já tivemos.


Introdução


A Guerra de Tróia foi um conflito bélico entre aqueus (um dos povos gregos que habitavam a Grécia Antiga) e os troianos, que habitavam uma região da atual Turquia. Esta guerra, que durou aproximadamente 10 anos, aconteceu entre 1300 e 1200 a.C.


Causa da guerra


Gregos e troianos entraram em guerra por causa do rapto da princesa Helena de Tróia (esposa do rei lendário Menelau), por Páris (filho do rei Príamo de Tróia). Isto ocorreu quando o príncipe troiano foi à Esparta, em missão diplomática, e acabou apaixonando-se por Helena. 

O rapto deixou Menelau enfurecido, fazendo com que este organiza-se um poderoso exército. O general Agamenon foi designado para comandar o ataque aos troianos. Usando o mar Egeu como rota, mais de mil navios foram enviados para Tróia.


A Guerra
 


O cerco grego à Tróia durou cerca de 10 anos. Vários soldados foram mortos, entre eles os heróis gregos Heitor e Aquiles (morto após ser atingido em seu ponto fraco, o calcanhar).


A guerra terminou após a execução do grande plano do guerreiro grego Odisseu. Sua idéia foi presentear os troianos com um grande cavalo de madeira.

 Disseram aos inimigos que estavam desistindo da guerra e que o cavalo era um presente de paz. Os troianos aceitaram e deixaram o enorme presente ser conduzido para dentro de seus muros protetores. 

Após uma noite de muita comemoração, os troianos foram dormir exaustos. Neste momento, abriram-se portas no cavalo de madeira e saíram centenas de soldados gregos. 

Estes abriram as portas da cidade para que os gregos entrassem e atacassem a cidade de Tróia até sua destruição.


Os eventos finais da guerra são contados na obra
Ilíada de Homero.

Sua outra obra poética, Odisséia, conta o retorno do guerreiro Odisseu e seus soldados à ilha de Ítaca.







Ritinha?

Heim ??

Se você fosse a Helena, com quem ficaria?

Como assim? 

Com qual dos dois homens? Páris ou Menelau??

Sabe - que nunca pensei nisso!  Sei não.

Ah, dizia a irmã: Eu ficaria com Páris... que certamente deveria ser mais jovem, mais viril, mais forte inclusive ...

E Rita- como irmã mais velha, e quase pronta para se casar: 

Acrescentava - com ares de sábia:

Pois, eu ficaria com o mais velho... que foi quem lutou por mim, e arriscou a vida até conseguir me trazer de volta à casa...


Mas e, se estivesses apaixonada por Páris?


E ela dizia calmamente: esperaria um tempo melhor para ambos.... com um olhar no espaço!!!

E, assim proseávamos , mais uma vez sobre o amor.

Esse amor da juventude- que deveria ser calmo ... belo ... ponderado e sereno.

Rita, certas horas declavama sobre esse sentimento, citando Vinícius de Moraes, Fernando Pessoa, Jorge Amado... e outros com a leveza de um mestre, e um olhar de um ancião.

Uma vez, nos disse: 
  
    "O homem é a medida de todas as coisas, que o levou, inclusive, a afirmar que o verdadeiro sábio é aquele capaz de julgar as coisas segundo as circunstâncias em que elas se inserem e não aquele que pretende expressar verdades absolutas".


Texto atribuído a Protágoras.


Apud: A Arte de argumentar- gerenciando a razão e emoção
Autor: Antônio Suárez Abreu
ateliê editorial - 5ªedição/S.Paulo


Postado por: baruchess@gmail.com




bjssss....





5 comentários:

  1. Em 1300 antes de Cristo, a bela Helena motivava uma guerra de 10 anos entre gregos e troianos, que só teve fim após a grande ideia de introduzir pelos portões de Troia o gigantesco cavalo de madeira, recebido como presente.
    Quantas mulheres, durante toda a história da humanidade, já provocaram verdadeiros conflitos entre os homens!
    Por uma mulher, vivemos e morremos. Será sempre assim, até o fim de nossos dias. E que assim seja!
    Deus, ao criar a mulher, a fez com esse fim: ser tudo para o homem, e o homem é tudo para ela.
    Para ela colhemos rosas (ou roubamos de algum jardim); para ela fazemos poesia (ou tomamos por empréstimo de algum poeta); para ela dedicamos todo nosso amor e a nossa vida.
    Feliz de quem acha a "mulher virtuosa", sua alma gêmea, aquela que é seu complemento perfeito!
    Menelau sabia do valor de sua Helena e por isso não mediu esforços para resgatá-la das muralhas fortificadas de Troia.
    Para o amor não há distâncias ou obstáculos, é tudo possível, assim como o amor de Romeu por Julieta ou o de Dirceu por Marília.

    Alicinha, parabéns por mais um belo post!
    Beijos e abraços, do amigo:
    José Maria Cavalcanti www.bollog.com.br

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  2. Meu caro José

    Sábias palavras...

    De que nos valeria a vida ... se não pelas emoções?

    Pelo amor que temos ou que tivemos(?)

    De nada adiantaria trabalhar anos a fio... conquistar bens... estudar ... desenvolver o intelecto... se não nos deixássemos contagiar pela magia e plenitude amorosa...

    Ainda que eu falasse a língua dos homens... e falasse a língua dos Anjos, sem amor, eu nada seria!!!

    Poderia ficar aqui escrevendo sobre ele, e não encontraria o fim.

    Por isso, existem os poetas, que dizem o que queremos ouvir... dizem em palavras que tem o poder de enebriar a alma do leitor atento,daquele que busca e, se deixa ser emocionado!!

    E Aquele que o criou... sai de mansinho... com um leve sorriso na face, e diz: Mais um que meu cupido flexou!!!

    haushaushuahsh .....

    Pois, Ele se contagia quando nos alegramos, e sentimos a plena mansidão dentro do coração apaixonado!!!

    Obrigada pela leitura...

    Por crer que nada somos, sem o Amor a nos pulsar.

    Abçs...

    Na próxima vou falar sobre José - o Hebreu e sua bela Maria.

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  3. Aos meus queridos Alicinha e Cavalcanti, dois escribas sensacionais!

    Sou fã de vocês e grato por terem passado e fazerem parte de minha vida!

    beijokas do Joca!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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    Respostas
    1. Jocaaa...

      Dom Quixote de Los Tableros...

      Até parece que tu não desfilas pelas palavras em seu xadreztorneios - a encantar os andarilhos da arte de Caissa...

      Seu blog já é leitura obrigatório nos meios enxadristicos!!!

      Eu que te dou Meus Parabéns pelas escribas ...

      Sucesso a todos então...

      Um brinde às letras...e as palavras que enebriam a alma dos não poetas ... dos poetas e dos poetinhas aprendizes da arte.......

      Bom Fim de Semana ...

      Pelo jeito teremos sol no Rio... Espero !!! bjsss

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Obrigada pela presença, caso queira deixe seu comentário.

Até a próxima postagem! ABRAÇOS FRATERNOS ...

A vida segue seu fluxo ... Nada muda sem que você não permita!

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