Ta vendo aquele edifício moço? O maravilhoso poeta e compositor Zé Ramalho - e sua inspiração de apurado valor histórico-cultural, a saga dos nordestinos, e a avareza de muitos cidadãos!

   Essa música toca lá no fundo de nossas dores e frustrações , mas ao mesmo tempo, ela te levanta, ao saber na visão do compositor - que Cristo também é rejeitado na maioria dos lares.

   Levantar-se sempre que algo, ou alguém nos abate, faz parte do caminhar... e desse modo fazemos o nosso caminho... não nos abater por conversas sem ideais qualitativos, assuntos vis, e de pouca cultura, é uma forma de não nos negligenciarmos, nem incorporarmos más atitudes, alheias.

  Sempre existirá alguém, tentando nos colocar para baixo, essa é a natureza da maior parte das pessoas, hoje , e em outros tempos.Pessoas que olham para suas partes de baixos, antes de olhar para o que encanta no outro ser humano, que são a gentileza, o companheirismos, e a bondade! Como são imbecis!

  Mas, o importante, é que saibamos nos proteger dessa influência impregnada de rancores... que muitas vezes vem, até mesmo antes de nos nascermos...

  Parece tolice, mas acredito piamente, em situações rancorosas atravessando os séculos, e vindo influenciar de alguma forma, no presente!!!.

  Está definitivamente impugnado, essas vibrações de séculos, e gerações atrás.

  O que vale à partir de hoje - é o amor, as realizações, a Paz Interior, a saúde mental e física...e um pouco de aconchego: meigo... suave, e delicado, como devem ser as relações!!!

   Ouça esses versos, na voz inigualável desse grande poeta nordestino, Zé Ramalho... e, tente lembrar, ou tente esquecer das diversas vezes que fomos rejeitados, e apague definitivamente de sua memória - com o Poder de suas palavras....e da PNL!!!

  Paz e Luz irradiando na sua vida, e na vida de todos os seus!!!

Cidadão

Zé Ramalho

Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar

Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
"Tu tá aí admirado?
Ou tá querendo roubar?"

Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer

Tá vendo aquele colégio, moço?
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento
Ajudei a rebocar

Minha filha inocente
Vem pra mim toda contente
"Pai, vou me matricular"
Mas me diz um cidadão
"Criança de pé no chão
Aqui não pode estudar"

Essa dor doeu mais forte
Por que é que eu deixei o norte?
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava
Mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a comer

Tá vendo aquela igreja, moço?
Onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo
Enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também

Lá foi que valeu a pena
Tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse
"Rapaz deixe de tolice
Não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar

Hoje o homem criou asa
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra
Não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas
E na maioria das casas
Eu também não posso entrar"

                          Beijos...